O Bradesco (BBDC4) está satisfeito com desfecho envolvendo a Cielo (CIEL3), com a retomada da oferta aquisição das ações para fechar o capital da empresa de meios de pagamentos que também tem como sócio o Banco do Brasil (BBAS3), afirmou nesta quinta-feira o presidente-executivo do banco privado.
Marcelo Noronha destacou que tanto o Bradesco como o BB ganham “versatilidade estratégica” nesse mercado, acrescentando que a expectativa é que, após a conclusão da operação, haverá um grau de mobilidade comercial diferente.
Na semana passada, acionistas da Cielo rejeitaram em assembleia especial proposta de minoritários para realizar nova avaliação das ações da companhia no âmbito da OPA.
Margens financeiras
Noronha destacou a qualidade da carteira de crédito do banco no primeiro trimestre, que cresceu 1,2% ano a ano, revertendo performance negativa nos últimos dois trimestres.
“Nós estamos com as safras super boas, super bem controladas”, afirmou, em videoconferência com jornalistas para comentar o resultado dos primeiros meses do ano divulgado mais cedo, com lucro líquido recorrente de 4,2 bilhões de reais.
De janeiro a março, o Bradesco teve expansão de 2% no crédito para a pessoa física, com alta ano a ano nos segmentos de consignado, crédito pessoal, imobiliário e rural, enquanto houve queda em veículos e cartão de crédito.
Em pessoas jurídicas, com alta de 0,7%, as grandes empresas também tiveram performance positiva, mas as pequenas e médias empresas apresentaram declínio.
Noronha afirmou que o movimento em pessoa física tem ocorrido em linhas mais seguras e ressaltou que, embora a carteira de SMEs ainda demande alguma atenção, citando “um apetite mais controlado, o atacado deve ir bem no ano.
Nesse segmento de atacado, em especial, ele afirmou não estar preocupado com nenhum caso, embora observe que o segmento de varejo é o que tem mais desafios no momento.
Resultados do Bradesco
O Bradesco reportou nesta quinta-feira queda de 1,6% no lucro líquido recorrente do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, mas o resultado ainda assim superou as previsões de analistas.
O banco registrou lucro líquido recorrente de 4,21 bilhões de reais no período de janeiro a março, enquanto projeções de analistas compiladas pelo LSEG apontavam 3,92 bilhões.
A margem financeira recuou 9%, a 15,15 bilhões de reais, pressionada por recuo na margem com clientes, enquanto a margem com mercado se recuperou de resultado negativo de 312 milhões de reais no primeiro trimestre de 2023 para 630 milhões no início deste ano.