A agência de classificação de risco S&P reduziu nesta sexta-feira a nota de crédito do grupo varejista francês Casino de “CCC-” para “CC”, com perspectiva para novos cortes por conta do que citou como “default praticamente certo”.
A redução ocorreu dias depois que o Casino anunciou acordo de reestruturação de dívida com investidores liderados pelo bilionário tcheco Daniel Kretinsky para evitar inadimplência em uma operação que vai “diluir massivamente” os atuais acionistas da empresa.
“Esperamos que o ‘default’ do Casino seja iminente e praticamente uma certeza”, afirmou a S&P em comunicado.
A agência afirmou que o default pode vir com o não pagamento de juros ou dívida ou pela execução da transação anunciada que “sob nossa visão é troca de dívida em dificuldades e equivalente à inadimplência, já que as obrigações não serão cumpridas como originalmente prometido”.
Em junho, o Casino pediu um período de interrupção nos pagamentos para proteger a empresa de um potencial default dado que os detentores de títulos de dívida com vencimentos em 2026 e 2027 não aceitaram desistir de seus direitos para cobrar o pagamento imediato de todo o débito, se a empresa perdesse um pagamento.
A possibilidade do default da empresa que controla no Brasil o GPA não deve ter impacto no processo de reestruturação da dívida do Casino, afirmou uma fonte com conhecimento do assunto, dado que o grupo francês está planejando implementar a reestruturação sob proteção da Justiça.
Sob o processo, o Casino poderá executar o negócio sem o consentimento dos credores não garantidos, afirmou uma segunda fonte.
O sexto maior grupo varejista francês chegou à atual situação após anos de operações de fusão e aquisição financiadas por emissões de dívida e perdas recentes de participação de mercado para grupos rivais.