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Dólar à vista fica estável com realização de lucros após alta puxada por exterior

Na B3, às 17:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,03%, a 4,9200 reais

by Reuters
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Após ganhos firmes verificados pela manhã, na esteira do movimento de busca por proteção nos mercados globais, o dólar (USDBLR) à vista perdeu força ante o real à tarde e encerrou a terça-feira praticamente estável no Brasil, com investidores realizando parte dos lucros recentes e exportadores aproveitando as cotações mais altas para vender divisas.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8983 reais na venda, com variação positiva de 0,04%.

Na B3 (B3SA3), às 17:18 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,05%, a 4,9190 reais.

O dólar iniciou o dia com alta firme ante o real, na esteira do noticiário internacional. As moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil, eram penalizadas pelos dados fracos da balança comercial chinesa.

As importações da China caíram 12,4% em julho na comparação anual, conforme dados da alfândega, um resultado bem pior que a previsão de queda de 5% da pesquisa da Reuters e do declínio de 6,8% em junho.

Já as exportações recuaram 14,5%, em movimento mais forte do que a queda esperada de 12,5% e a baixa de 12,4% do mês anterior.

O cenário negativo era reforçado pelo corte, pela Moody’s, da nota de crédito de vários bancos pequenos e médios dos EUA e pela indicação de que a agência de rating pode rebaixar a recomendação também de instituições maiores.

Para completar, a cobrança de um imposto sobre o lucro dos bancos na Itália e dados de inflação considerados elevados na Alemanha ajudaram a direcionar os investidores a ativos de menor risco como o dólar, em detrimento das demais moedas.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação máxima de 4,9415 reais (+0,93%) logo no início da sessão, às 9h02, e se manteve em patamares mais elevados durante toda a manhã.

O viés de alta para a moeda norte-americana se sobrepôs a eventuais pressões contrárias vindas da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pelo Banco Central também pela manhã. Na semana passada, o colegiado havia cortado a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, em decisão com votos divididos entre os dirigentes.

No documento desta terça-feira, o Copom avaliou ser pouco provável uma intensificação dos cortes na Selic à frente, porque tal decisão exigiria “surpresas positivas substanciais”.

“O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”, apontou a ata.

Ao indicar que é pouco provável um corte maior, de 0,75 ponto percentual, o BC em tese contribui para tirar um pouco da pressão altista do dólar ante o real, mas a moeda norte-americana seguia em alta firme em função do exterior.

À tarde, o cenário mudou.

“A alta do dólar ante outras divisas no exterior diminuiu, e os preços de algumas commodities também melhoraram. Por aqui, houve fluxo de exportadores, que venderam moeda aproveitando as cotações mais altas, e alguns investidores comprados aproveitaram para realizar lucros”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Investidores comprados (posicionados na alta da moeda norte-americana) no mercado futuro — o mais líquido no Brasil – aproveitaram para realizar parte dos ganhos recentes, o que tirou força das cotações no mercado à vista. No acumulado de agosto até a sessão de segunda-feira, o dólar havia subido cerca de 3,50%.

A venda de moeda à vista por exportadores e a realização de lucros no mercado futuro reconduziram as cotações para perto da estabilidade. Na mínima do dia, às 14h57, o dólar à vista marcou 4,8903 reais (-0,12%).

No fim da tarde, o dólar ainda sustentava ganhos ante divisas fortes e ante praticamente todas as moedas de emergentes ou exportadores de commodities.

Às 17:18 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,46%, a 102,550.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de outubro.

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