O dólar à vista abriu a quarta-feira em baixa ante o real, após três sessões consecutivas de alta, mas depois se reaproximou da estabilidade, com o foco novamente no exterior, onde a moeda norte-americana cede ante boa parte das demais divisas em meio a notícias de que a China atuará para impulsionar o crescimento.
Às 10:12 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,02%, a 4,9886 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a 5,0025 reais.
No exterior, os mercados operam em meio aos receios de que a desaceleração econômica chinesa possa ser aprofundar, após a divulgação de dados econômicos fracos nos últimos dias.
Nesta quarta-feira, números oficiais mostraram que os preços das casas novas na China caíram em julho pela primeira vez este ano. O setor imobiliário responde por cerca de um quarto da atividade econômica do país.
O temor de que as dificuldades do setor imobiliário se propaguem para o setor financeiro chinês aumentou após a financeira Zhongrong deixar de pagar dezenas de produtos de investimento desde o fim do mês passado.
No entanto, a mídia estatal chinesa afirmou também nesta quarta-feira que o país fortalecerá a coordenação de várias políticas para impulsionar o crescimento e atingir a meta econômica deste ano.
A perspectiva de que Pequim atue para sustentar o crescimento dava certo suporte a algumas moedas de países exportadores de commodities, como o real.
Nos EUA, a expectativa é pela divulgação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, às 15h.
“O mercado deve olhar para o documento procurando pistas sobre quais as reais chances de um novo aumento de juros pelo Fed, e o quão distante estamos de um corte”, disse a equipe da Guide Investimentos, em comentário enviado a clientes.
Às 10:12 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,02%, a 103,230.
No Brasil, como o dólar havia acumulado alta de 5,47% em agosto até terça-feira, há certo espaço para realização de lucros de investidores comprados. Porém, o mercado segue à espera dos desdobramentos da tramitação do novo arcabouço fiscal na Câmara, que pode abrir espaço para movimentos mais firmes no câmbio.
Na terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que houve um “atropelo” na véspera em relação às conversas para aprovação do novo marco fiscal, referindo-se a um mal-estar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ponderou que há possibilidade de a questão do arcabouço ser resolvida na próxima semana.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9878 reais na venda, com alta de 0,43%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de outubro de 2023.