As taxas dos contratos futuros de juros no Brasil fecharam a quarta-feira em leve alta, em praticamente toda a curva a termo, após terem oscilado em baixa, em um dia marcado por movimentos contidos e pela alta dos rendimentos dos Treasuries após a divulgação da ata do último encontro do Federal Reserve.
Pela manhã, os mercados operavam em meio aos receios de que a desaceleração chinesa possa ser aprofundar, após a divulgação de dados econômicos fracos nos últimos dias. Nesta quarta-feira, números oficiais mostraram que os preços das casas novas na China caíram em julho pela primeira vez este ano. O setor imobiliário responde por cerca de um quarto da atividade econômica do país.
Nos Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries alternavam altas e baixas, com investidores à espera da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, às 15h. Após a divulgação do documento, os rendimentos dos Treasuries se firmaram em alta.
A ata mostrou que autoridades do Fed ficaram divididas quanto à necessidade de mais aumentos na taxa básica de juros na reunião de 25 e 26 de julho, com “alguns participantes” citando riscos para a economia de elevar demais os juros, mesmo quando “a maioria” continuou a priorizar a luta contra a inflação.
Para Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, o documento do Fed “condiz com a pausa (na alta de juros) na próxima reunião para análise dos dados correntes”. No entanto, segundo ela, ainda não há “um ambiente no qual (os dirigentes) se sintam confortáveis para afirmar que o ciclo já terminou”.
No Brasil, as taxas futuras se mantiveram com viés de baixa até a reta final dos negócios, quando viraram para o positivo em sintonia com o avanço dos rendimentos dos Treasuries. Apenas os contratos mais curtos se mantiveram com o viés de baixa.
Perto do fechamento, a curva a termo precificava 15% de chances de o corte da Selic em setembro ser de 0,75 ponto percentual. Na terça-feira, esta precificação era de 13%. Já as chances de corte de 0,50 ponto percentual seguem majoritárias, precificadas em 85%, contra 87% na sessão anterior. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,45%, ante 12,461% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,515%, ante 10,503% do ajuste anterior. Na ponta longa, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,055%, ante 10,026% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,24%, ante 10,214%.
Às 16:42 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 4,50 pontos-base, a 4,2662%.