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Ibovespa fecha em queda pelo 13º pregão e amplia sequência negativa histórica

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 0,55%, a 114.956,55 pontos

by Reuters
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O Ibovespa (IBOV) chegou a 13 pregões seguidos de queda nesta quinta-feira, pressionado pelo recuo de ações do setor financeiro, entre elas B3, que ofuscou a recuperação dos papéis da Vale (VALE3), frustrando mais uma vez tentativa ensaiada no começo da sessão de quebrar a sequência negativa de agosto.

Não há registro de uma série tão longa de quedas desde pelo menos o começo da década de 1980.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 0,53 %, a 114.982,3 pontos.. Na máxima, pela manhã, chegou a subir a 116.610,49 pontos. No pior momento, recuou a 114.859,21 pontos.

O volume financeiro nesta quinta-feira, véspera de vencimento de opções sobre ações na B3, somou 27,3 bilhões de reais.

A queda em agosto alcança agora 5,7% e vem após o Ibovespa acumular alta de quase 20% em quatro meses até o final de julho, mês em que também flertou com os 123 mil pontos. Também segue a saída de estrangeiros da bolsa, com as vendas superando as compras em quase 7,4 bilhões de reais no mês até o dia 14.

A piora no pregão brasileiro acompanhou o enfraquecimento de Wall Street, conforme agentes financeiros permanecem receosos sobre o risco de o Federal Reserve manter as taxas de juros elevadas por mais tempo. Em Nova York, o S&P 500 fechou com um decréscimo de 0,77%.

Na visão do CEO da BGC Liquidez, Erminio Lucci, houve uma reprecificação de risco envolvendo a política monetária nos Estados Unidos, que está apoiando a alta principalmente na parte longa da curva de juros norte-americana, pesando em Wall Street e ajudando a atrapalhar uma recuperação do Ibovespa.

Os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA atingiram seus níveis mais altos desde outubro e os rendimentos de 30 anos alcançaram máximas de 12 anos nesta quinta-feira.

Os yields do Treasury de 10 anos chegaram a 4,328%, antes de cair para 4,292%. Um movimento acima do nível de 4,338% registrado em outubro levaria os rendimentos ao nível mais alto desde novembro de 2007. Os chamados rendimentos reais, que se ajustam à inflação esperada, também dispararam.

Investidores têm ajustado suas expectativas em relação aos juros norte-americanos para embutir o risco de o Federal Reserve não reduzir a taxa no próximo ano tanto quanto o esperado anteriormente e parar de cortar em um nível mais alto.

Lucci acrescenta que os últimos dados têm mostrado resiliência da economia dos EUA, enquanto sinalizações recentes do BC norte-americano mostram ausência de consenso sobre parar de subir os juros. “Existe uma discussão interna no Fed de que poderia haver mais aumentos de juros antes de uma pausa.”

Além do cenário externo, o CEO da BGC também destaca que o atraso na apreciação da nova regra fiscal pela Câmara dos Deputados, gerou desconforto, corroborando o movimento de realização de lucros na bolsa paulista.

O novo marco fiscal há havia sido analisado pelos deputados, mas o texto sofreu alterações na votação pelo Senado e agora volta à Câmara para uma decisão final.

Nesta quinta-feira, o relator do novo arcabouço fiscal na Câmara, Cláudio Cajado, disse que a definição da data para a votação da matéria na Casa dependerá de reunião na residência do presidente da Câmara, Arthur Lira, na próxima segunda-feira entre líderes partidários e representantes do governo federal.

Destaques corporativos

– B3 ON recuou 2,75%, a 13,43 reais, tendo no radar relatório de analistas do Santander cortando a recomendação das ações para “neutra” e previsão de volume para 2023, embora tenham elevado as estimativas para 2024. Também estabeleceram preço-alvo de 17 reais para o final de 2024, de 15 reais para o fim de este ano, conforme relatório a clientes.

– ITAÚ UNIBANCO PN caiu 1,18%, a 26,75 reais, e BRADESCO PN perdeu 1,05%, a 15,09 reais, enquanto BANCO DO BRASIL ON subiu 0,93%, a 47,6 reais. BTG PACTUAL UNIT perdeu 2,7%, a 30,25 reais. O índice do setor financeiro, que ainda tem BB Seguridade e Cielo, entre outros, cedeu 1,29%.

– VALE ON avançou 1,41%, a 61,91 reais, após fechar na véspera no menor patamar desde setembro de 2022, vindo de sete sessões de queda, período em que acumulou um declínio de mais de 7%. De pano de fundo, o contrato futuro do minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, encerrou as negociações do dia em alta de 4,34%, para 768,5 iuanes (105,15 dólares) a tonelada, máxima desde julho.

– PETROBRAS PN terminou com variação negativa de 0,32%, a 31,44 reais, após renovar máxima intradia histórica intradia no melhor momento, quando alcançou 32,19 reais, beneficiada pela alta do petróleo no exterior. Nesta semana, a companhia aumentou os preços dos combustíveis no país e seu presidente afirmou que a empresa não repetirá erros do passado relacionados a preços de combustíveis e contratações de obras.

– VIA ON caiu 6,15%, a 1,68 reais, devolvendo parte dos ganhos da véspera, enquanto MAGAZINE LUIZA ON cedeu 5,05%, a 2,82 reais.

– SABESP ON subiu 1,3%, a 58,55 reais, após a cidade de São Paulo assinar termo de adesão à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário 1 – Sudeste, um passo considerado pelo mercado como importante para o andamento da privatização da maior empresa de saneamento do Brasil.

– TENDA ON, que não está no Ibovespa, caiu 6,31%, a 12,18 reais, após a construtora anunciar intenção de fazer oferta pública primária de ações para levantar cerca de 200 milhões de reais com possibilidade de emissão de lote adicional de até 50 milhões de reais. A companhia afirmou ainda que está em discussões “avançadas” com credores para renegociação de compromissos e que envolvem novas emissões de dívida de até 300 milhões de reais.

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