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IPO da Arm pode deixar ativos de IA do SoftBank em evidência

Os analistas também alertam que a empresa não está no centro do frenesi da IA, mas é mais adjacente à tecnologia.

by Reuters
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Quando a desenvolvedora de chips Arm, controlada pelo SoftBank, fizer nesta segunda-feira o pedido para um IPO na Nasdaq, os investidores devem se concentrar em uma questão-chave: a empresa terá “crescimento exponencial” devido à explosão da inteligência artificial, como afirma o presidente-executivo, Masayoshi Son?

Desde a aquisição da empresa em 2016, Son posicionou a Arm como a joia da coroa do conglomerado japonês de investimentos em tecnologia e, nos últimos meses, falou com entusiasmo sobre o papel que a empresa poderá desempenhar no setor.

A Arm “está no centro de um grupo de empresas relacionadas à inteligência artificial para gerar sinergias”, afirmou ele a investidores em junho.

Mas Son tem dado poucos detalhes. Os investidores esperam que o pedido d IPO, que fontes disseram que será entregue no final do dia, fornecerá mais pistas sobre a estratégia de inteligência artificial do SoftBank e se a Arm vale tanto quanto ou talvez mais do que uma avaliação pré-IPO de 64 bilhões de dólares.

Esse é o valor que o SoftBank calculou para a Arm com a compra de uma participação de 25% – a única parte que não possuía diretamente – da unidade Vision Fund, disseram fontes na sexta-feira.

Son é conhecido por exagerar nas perspectivas para a Arm.

Quando o SoftBank adquiriu a empresa em 2016, ele disse que a Internet das Coisas (IoT) seria a “maior mudança de paradigma na história da humanidade” e que os chips projetados pela Arm equipariam todos os objetos recém-conectados à internet. A mudança ainda não se materializou e a IoT representa uma fração das receitas da Arm.

Os analistas também alertam que a empresa não está no centro do frenesi da IA, mas é mais adjacente à tecnologia.

“A empolgação que deu início a tudo isso estava realmente do lado do software e da plataforma, com a OpenAI lançando ferramentas que podem tirar proveito de grandes modelos de linguagem para criar conteúdo”, diz Kirk Boodry, da Astris Advisory Japan. “Isso não é o que a Arm é, não está de maneira nenhuma relacionado a isso”, acrescentou.

Boodry, que avalia a Arm em cerca de 47 bilhões de dólares, disse que o valor de avaliação de 64 bilhões calculado pelo SoftBank provavelmente foi motivado em parte para recompensar investidores do Vision Fund, que incluem os fundos soberanos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.

Em contraste, a especialista em chips gráficos Nvidia surgiu como a maior beneficiária da inteligência artificial, com seus microprocessadores equipando data centers que processam os grandes modelos de linguagem de IA, como o ChatGPT.

Até certo ponto, a Arm pode andar na cola da Nvidia, já que os chips da Nvidia precisam ser aplicados com CPUs que são enficientes em consumo de energia, a especialidade da Arm.

A Nvidia desenvolveu o “superchip” para uso em data centers GH200, que contém CPUs baseadas no design da Arm. Dito isto, o chip deve competir com uma série de alternativas.

“Nem toda GPU da Nvidia precisa ser vendida com uma CPU Arm, elas apenas oferecem um superchip que combina as tecnologias das duas”, disse Rolf Bulk, analista da New Street Research.

Mas Bulk disse que a oportunidade da Arm está na IA e no aprendizado de máquina, afastando-se dos servidores de computação em nuvem centralizados para os dispositivos usados ​​pelos usuários finais, como telefones, eletrodomésticos e componentes de máquinas.

Esses dispositivos exigirão propriedade intelectual específica do tipo que a Arm desenvolveu com extremo sucesso para outras arquiteturas no passado, acrescentou.

O potencial para sinergias de inteligência artificial entre as empresas do portfólio do SoftBank é, no entanto, outro assunto e os analistas questionam se, como diz Son, 85% dessas empresas podem ser descritas como relacionadas à IA.

“Isso é um exagero. Muitas empresas do portfólio do SoftBank adotarão e aplicarão IA generativa, mas isso não as torna empresas de inteligência artificial”, disse Victor Galliano, da Galliano’s Latin Notes.

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