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Ibovespa fecha em queda com riscos externos e falta de catalisadores no Brasil

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,83%, a 114.454,65 pontos

by Reuters
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O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, retomando a tendência negativa que tem marcado agosto após uma trégua na última sessão, em meio a preocupações com a política monetária norte-americana e o ritmo da economia chinesa.

Investidores também aguardam o desfecho de discussões envolvendo a votação final do novo arcabouço fiscal do Brasil, que precisa ser apreciado novamente pela Câmara dos Deputados após mudanças no texto feitas na votação da matéria no Senado.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,85%, a 114.429,35 pontos, de acordo com dados preliminares, quase perdendo o patamar dos 114 mil pontos na mínima do dia.

O volume financeiro somou 19,5 bilhões de reais, mais uma vez abaixo da média diária do ano, de 25,9 bilhões de reais.

Na última sexta-feira, o Ibovespa havia quebrado uma série histórica de 13 pregões de baixa, fechando com sinal positivo pela primeira vez em agosto, mas a alta foi modesta, de apenas 0,37%, em meio a persistentes incertezas na cena global.

Após uma reprecificação recente dos riscos envolvendo novas altas dos juros nos Estados Unidos, investidores estarão atentos ao simpósio do Federal Reserve, em Jackson Hole, que pode trazer sinais dos próximos passos do banco central norte-americano.

Na visão de Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank, o foco estará no discurso do chair do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, previsto para sexta-feira, que deve manter seu tom “hawkish”, apesar da queda da inflação.

Ele avalia, contundo, que o temor de um Fed “hawkish” já está no preço e que se não houver mais surpresa em Jackson Hole, “as tensões entre os investidores podem diminuir na próxima semana e dar aos mercados algum espaço para respirar”.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 0,69%, enquanto Nasdaq subiu 1,56% e o Dow Jones caiu 0,11%.

Ainda no noticiário externo, o BC chinês cortou a taxa de juros de referência para empréstimos de 1 ano em 0,1 ponto percentual, para 3,45%, mas manteve inalterada a taxa para empréstimos de 5 anos em 4,20%.

No mercado, porém, as expectativas apontavam queda em ambas as taxas, e um declínio maior do que o efetuado na de 1 ano, de 0,15 ponto.

O UBS cortou as projeções para a economia chinesa em 2023 e 2024, argumentando que o apoio do governo tem sido “indiscutivelmente menor do que o indicado no início do ano” e do que eles previam, conforme relatório nesta segunda-feira,

O banco agora espera crescimento do PIB da China em 4,8% em 2023 (de 5,2%) e 4,2% em 2024 (de 5%), citando principalmente a expectativa de um setor imobiliário mais fraco com pouca compensação adicional, mas também de demanda externa mais fraca.

Em meio ao ambiente externo ainda complexo e sem novos catalisadores para o Ibovespa após quatro meses de alta até o final de julho, estrangeiros seguem vendendo mais do que comprando ações brasileiras.

De acordo com os dados mais recentes disponibilizados pela B3, o saldo de capital externo no mercado secundário estava negativo em 9,3 bilhões de reais em agosto até o dia 17.

Destaques

Petrobras (PETR4) fechou em baixa de 0,7%, a 31,3 reais, revertendo a alta da abertura do pregão, quando chegou a 32,03 reais, conforme os preços do petróleo também perderam o fôlego. O barril de Brent encerrou com queda de 0,4%.

Eletrobras (ELET3) encerrou com decréscimo de 2,25%, a 33,87 reais, após alguma recuperação no final da semana passada.

O papel segue pressionado por ruídos que incluem questionamentos envolvendo a sua privatização, renúncia repentina do CEO e um recente apagão.

Bradesco (BBDC4) cedeu 0,72%, a 15,08 reais, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 0,41%, a 26,85 reais. O índice do setor financeiro recuou 0,84%, também pressionado por B3 (B3SA3), que caiu 1,32%.

Vale (VALE3) terminou com variação negativa de 0,03%, a 61,2 reais, também sem conseguir sustentar o sinal positivo de parte do pregão, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na Ásia.

No melhor momento do dia, a ação chegou a 61,74 reais.

IRB (IRBR3) caiu 9,24%, a 39,7 reais, em dia de ajustes após alta de quase 14% nos dois pregões seguintes à divulgação do resultado trimestral na última segunda-feira. Na semana passada, contabilizou uma alta de quase 12%.

Hapvida (HAPV3) recuou 3,02%, a 4,49 reais, com queda em cinco dos últimos sete pregões, após marcar no último dia 10 uma máxima intradia desde novembro de 2022, a 5,42 reais.

Arezzo (AERZ3) encerrou em baixa de 3,26%, a 76,53 reais, chegando a quatro pregões seguidos de queda, em que acumulou declínio de quase 6%.

No setor, Alpargatas (ALPA4) perdeu 2,57%.

Petz (PETZ4) subiu 2,45%, a 5,44 reais, em dia de poucas altas no Ibovespa, experimentando o segundo dia de recuperação, após fechar em uma mínima histórica na última quinta-feira, a 5,11 reais.

Em agosto, o papel já acumula uma desvalorização de mais de 20%.

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