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Ibovespa perde fôlego de olho no exterior

O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 18 de outubro, cedia 0,1%, a 118.985 pontos

by Reuters
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O Ibovespa passava ao território negativo nesta sexta-feira, descolado do exterior, conforme prevalecia a reação ao IPCA-15 de agosto, que ficou acima das previsões de economistas, enquanto agentes financeiros também aguardam discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

Às 10h43, o Ibovespa caía 0,49%, a 116.446,90 pontos. Na abertura, chegou a avançar a 117.252,11 pontos. O volume financeiro somava 1,97 bilhão de reais.

O IPCA-15 subiu 0,28% em agosto, sob pressão dos custos da energia elétrica, com a taxa em 12 meses voltando a superar os 4%. O dado ficou bem acima das projeções no mercado, de alta 0,17%, segundo pesquisa da Reuters. Em 12 meses, aumentou 4,24% contra previsão de 4,13%.

Mais cedo na semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou que a batalha contra inflação no Brasil não está ganha e que a autoridade monetária precisa persistir com uma postura restritiva.

Para a estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, contudo, apesar de o IPCA-15 de agosto ter surpreendido para cima no “headline”, a abertura continuou mostrando uma leitura qualitativa muito boa.

“O número de hoje confirma o otimismo de que a velocidade de arrefecimento da inflação de serviços está em linha com a projetada, embora com muita volatilidade entre as divulgações”, afirmou.

No exterior, as atenções estão voltadas para a participação de Powell no simpósio do Fed em Jackson Hole, prevista para as 11h (de Brasília).

“Os elementos de sua fala serão relevantes para os analistas ponderarem a possibilidade da sequência do ritmo de aperto monetário na principal economia do mundo”, afirmou a XP Investimentos a clientes, destacando também a fala da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, às 16h.

Em Nova York, os futuros acionários norte-americanos abriram em alta.

Economistas do Bradesco acrescentam que, nos últimos meses, o Fed chegou dar uma pausa no ciclo de alta de juros, mas a persistência dos riscos inflacionários, diante do mercado de trabalho ainda aquecido, motivou a retomada do aperto monetário.

Destaques

GPA (PCAR3) recuava 3,46%, a 6,14 reais, ainda sofrendo com ajustes relacionados à cisão de participação do grupo de varejo alimentar no colombiano Éxito, por meio de uma redução de capital. O crédito dos BDRs envolvidos na operação estava previsto para esta sexta-feira.

Magazine Luiza (MGLU3) perdia 2,32%, a 2,95 reais, em meio a movimento de alta nas taxas futuras de juros, com VIA (VIIA3) em baixa de 1,88%, a 1,57 real.

Vale (VALE3) subia 0,18%, a 62,31 reais, endossada pela alta dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia, apoiada em medidas de suporte à recuperação econômica da China e no otimismo com as perspectivas de demanda no curto prazo.

Petrobras (PETR4) recuava 0,31%, a 32,09 reais, mesmo com aumento dos preços do petróleo no mercado externo, onde o Brent tinha elevação de 1,45%, a 84,57 dólares o barril.

Itaú Unibanco (ITUB4) registrava decréscimo de 0,84%, a 27,06 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) desvalorizava-se 0,53%, a 14,94 reais.

São Martinho (SMTO3) subia 3,16%, a 36,2 reais. O Bradesco BBI elevou a recomendação da ação para “compra”, citando visão otimista sobre os preços do açúcar apoiada na alta probabilidade de um forte El Niño ocorrer ao longo do quatro trimestre de 2023 e do primeiro trimestre de 2024. Raízen (RAIZ4) ganhava 0,27%.

WEG (WEGE3) mostrava acréscimo de 0,75%, a 36,25 reais, tendo como pano de fundo anúncio pela fabricante de motores elétricos e tintas industriais de investimento de 40 milhões de dólares na compra de novo terreno no México, país no qual está presente desde 2000.

Tenda (TEND3), que não está no Ibovespa, subia 0,74%, a 15,03 reais, após a construtora informar que fez pedido para oferta subsequente de até 18,75 milhões de ações, uma operação da ordem de 280 milhões considerando o preço de fechamento do papel na véspera.

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