O dólar acelerou a alta frente ao real nesta terça-feira, em linha com o comportamento da divisa no exterior, conforme o mercado aguardava uma série de dados importantes dos Estados Unidos e do Brasil agendados para esta semana.
Às 10:34 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,51%, a 4,9005 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,5%, a 4,9025 reais.
De acordo com Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, os investidores estão operando em modo de espera antes da divulgação, ainda nesta manhã, de dados sobre vagas de trabalho em aberto nos Estados Unidos, bem como de uma leitura da confiança do consumidor norte-americano.
Segundo ele, o dólar estava “basicamente acompanhando a valorização da divisa norte-americana no mercado internacional de câmbio”, onde seu índice frente a uma cesta de pares fortes ganhava quase 0,4%.
Vários outros dados econômicos importantes estão agendados para esta semana, incluindo o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) e um relatório de criação de empregos não agrícolas, o que mantinha os operadores ansiosos, uma vez que aguardam mais pistas sobre se o Federal Reserve voltará a elevar os juros ainda este ano.
Os mercados estão prevendo uma grande chance do Fed manter as taxas de juros no próximo mês, mostrava a ferramenta CME FedWatch, mas as chances de um aumento nos custos dos empréstimos na reunião de novembro estão agora em cerca de 60%, em comparação com 42% na semana anterior.
No Brasil, investidores seguem no aguardo da divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, agendados para o final da semana, enquanto digerem uma medida provisória do governo para instituir uma tributação periódica sobre os rendimentos de fundos exclusivos de investimento.
Num geral, não se vê grande impacto da MP nas negociações desta terça-feira, uma vez que a medida já era esperada, enquanto a maioria dos investidores entende que esta é uma tentativa do governo de elevar as receitas de forma a conseguir atender às metas previstas no novo arcabouço fiscal.
“Como temos dito, o governo terá de aprovar recorrentemente medidas para aumentar a arrecadação de impostos devido ao novo quadro fiscal, de forma que são esperadas medidas adicionais até ao final do ano”, avaliou o Citi em relatório.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8755 reais na venda, com leve variação positiva de 0,01%.