O dólar (USDBLR) à vista fechou a sexta-feira em leve baixa ante o real, em meio a ajustes de preços após a disparada vista na véspera e na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana sustentou ganhos firmes ante divisas fortes e em relação à maioria das demais moedas.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9405 reais na venda, com baixa de 0,24%. Na semana, porém, a moeda norte-americana acumulou alta de 1,34%.
Na B3, às 17:29 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, a 4,9610 reais.
Na quinta-feira, o dólar à vista havia registrado alta forte, de 1,70%, na esteira das preocupações do mercado com a área fiscal e da disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês taxa utilizada para liquidar contratos futuros neste início de setembro.
Após a disparada da véspera, o dólar passou por ajustes nesta sexta-feira, com alguns investidores realizando lucros (vendendo moeda) e recompondo posições. Este movimento manteve o dólar à vista no território negativo durante toda a sessão.
Às 10h35, a divisa à vista marcou a cotação mínima de 4,9005 reais (-1,05%). Às 13h06, atingiu a máxima de 4,9490 reais (-0,07%). Na sequência, se acomodou perto da estabilidade, mas sempre no negativo.
“Considerando o exterior, o dólar deveria estar subindo aqui”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Mas é tarde de sexta-feira, a liquidez diminuiu e o dólar anda de lado.”
Além dos ajustes técnicos, Rugik disse que o Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado, divulgado pela manhã, também favoreceu o real, em detrimento do dólar.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre, na comparação com os três meses anteriores. O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de um avanço de 0,3%.
No exterior, o viés para o dólar era positivo, após a divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho dos EUA.A criação de vagas fora do setor agrícola totalizou 187 mil empregos no mês passado nos EUA, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego.
Os dados de julho foram revisados para baixo, mostrando 157 mil empregos criados, em vez dos 187 mil relatados anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam que o saldo de vagas ficaria em 170 mil empregos no mês passado.
Já a taxa de desemprego dos EUA aumentou para 3,8%, de 3,5% em julho, à medida que mais pessoas entraram na força de trabalho. O salário médio por hora aumentou 0,2%, depois de ter subido 0,4% em julho.
Às 17:29 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,59%, a 104,240.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de outubro.