A Arm, do SoftBank, disse na quinta-feira a potenciais investidores em sua oferta pública inicial de cerca de 5 bilhões de dólares que a expansão da computação em nuvem e a receita de royalties representam algumas das principais áreas de crescimento para a projetista de chips.
Em uma reunião com mais de 100 investidores em um dos hotéis mais luxuosos de Nova York, o chefe-executivo da empresa, Rene Haas, e sua equipe de gestão deram detalhes sobre suas perspectivas além do mercado de telefonia móvel, do qual já detém 99% de participação, disseram as pessoas presentes.
A fraca demanda por celulares durante a desaceleração econômica global fez com que a receita da Arm ficasse estagnada. As vendas gerais totalizaram 2,68 bilhões de dólares nos 12 meses até o final de março, em comparação com 2,7 bilhões no período anterior.
A Arm está buscando uma avaliação em uma base totalmente diluída de 50 a 54,5 bilhões de dólares, menos do que os 64 bilhões de dólares que o SoftBank atribuiu a empresa em uma transação no mês passado com o Vision Fund de 100 bilhões de dólares que administra.
A empresa disse aos potenciais investidores na quinta-feira que o mercado de computação em nuvem, do qual tem apenas 10% de participação e, portanto, mais espaço para expandir, deve crescer a uma taxa anual de 17% até 2025, em parte graças aos avanços na inteligência artificial.
O mercado automotivo, do qual detém 41%, deve crescer 16%, em comparação com o crescimento de apenas 6% esperado para o mercado móvel.
Royalties
A Arm também disse aos investidores que suas taxas de royalties, que representam a maior parte de sua receita, estavam se acumulando desde que começou a cobrá-las no início da década de 1990.
A receita de royalties foi de 1,68 bilhão de dólares no último ano fiscal, acima do 1,56 bilhão do ano anterior.
China
Uma área de escrutínio para os investidores tem sido a exposição da Arm à China, dadas as tensões geopolíticas com os Estados Unidos, que levaram a uma corrida para garantir o fornecimento de chips. As vendas na China contribuíram com 24,5% da receita de 2,68 bilhões de dólares da Arm no ano fiscal de 2023.
Praticamente toda essa receita vem da Arm China, uma entidade independente com direitos exclusivos para distribuir a tecnologia da empresa no país e que é o maior cliente da Arm. A unidade chinesa tem um histórico de atrasos nos pagamentos e apresenta “riscos significativos” para os negócios da Arm, segundo o registro de IPO da empresa.
A Arm disse no registro que a Arm China lhe deve 386,9 milhões de dólares segundo números do final de março. O diretor financeiro da Arm disse aos investidores, durante a comercialização da IPO, que a empresa não estava preocupada em ser paga.
