O dólar acelerou a queda frente ao real nesta quinta-feira, conforme investidores reagiam positivamente ao comunicado de política monetária do Banco Central Europeu, em meio ainda a novos estímulos da China, depois de na véspera o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos ter impulsionado o apetite por risco.
Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,74%, a 4,8804 reais na venda, em movimento que Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, associou em parte à influência de um fluxo de ingresso de recursos na bolsa paulista, que subia 0,85% nesta manhã.
Na B3, às 10:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,73%, a 4,8915 reais.
De acordo com Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, investidores globais ficaram aliviados depois que o BCE elevou sua taxa básica de juros a um pico recorde com uma sinalização de que esse provavelmente será seu último movimento na batalha contra a inflação alta.
“A decisão de subir os juros não foi realmente uma grande surpresa e a reação do mercado se concentrou no comunicado à imprensa em que o conselho do BCE agora considera que as taxas atingiram ‘níveis suficientemente restritivos'”, disse Moutinho.
“Além disso, tanto as previsões para o núcleo da inflação quanto para o crescimento foram revisadas para baixo, reforçando a narrativa de que as taxas provavelmente atingiram o pico na zona do euro.”
Apoiando o apetite por risco internacional neste pregão, o banco central da China disse que reduzirá a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas pela segunda vez neste ano, para ajudar a manter a liquidez ampla e apoiar a recuperação econômica.
Além do real, algumas outras divisas arriscadas sensíveis à China subiam nesta quinta-feira, com dólar australiano e peso mexicano ganhando 0,45% e 0,20%, respectivamente, nesta manhã.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,917 reais na venda, com baixa de 0,75%, com investidores reagindo a dados de inflação ao consumidor dos EUA, que vieram dentro do esperado e reduziram as apostas de que o Federal Reserve poderá promover novas altas de juros no curto prazo — visão que continuava dominante nesta quinta-feira, apesar de novos dados que mostraram força do setor de varejo e da inflação ao produtor.
“Diante da expectativa de estabilidade da taxa de juros na reunião de setembro, houve queda na percepção do risco dos investidores e aumento da demanda por ativos financeiros dos países emergentes ligados a commodities” desde a divulgação dos dados de inflação ao consumidor da véspera, disse a Genial Investimentos em nota a clientes.