O dólar tinha leve queda frente ao real nesta terça-feira, com investidores evitando grandes apostas antes das decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, em meio ainda a salto nos preços do petróleo.
Às 9:16 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,24%, a 4,8449 reais na venda.
Na B3, às 9:16 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,24%, a 4,8520 reais.
“Os mercados globais estão se movimentando com viés levemente positivo na manhã desta terça-feira… Não obstante, o clima segue morno, com variações bastante discretas em todos os mercados antes do início de uma sequência importante de decisões de taxas de juros ao redor do mundo”, disse a Guide Investimentos em nota a clientes.
O Federal Reserve, encerra sua reunião de política monetária de dois dias na quarta-feira, e investidores esperam quase unanimemente que mantenha a taxa entre 5,25% e 5,5%. Mais do que isso, sustentando um ambiente benigno no mercado internacional, as probabilidades de outra pausa em novembro e dezembro são de cerca de 60%, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Caso esse cenário se confirme, a tendência é o dólar se desvalorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficariam menos atraentes quando comparados aos retornos financeiros oferecidos em países de juros mais altos, elevando a demanda por moedas mais arriscadas, como o real.
A propósito, esta terça-feira marca o primeiro dia da reunião de política monetária do Banco Central, que na quarta deve reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25%. Embora juros mais baixos por aqui tendam a prejudicar o real, muitos especialistas em câmbio têm dito que a política monetária seguirá em patamar restritivo o suficiente para sustentar a moeda local mesmo com o início do afrouxamento pelo BC.
“Apesar do IPCA menor do que o esperado (em agosto), o Copom provavelmente não acelerará os cortes de juros esta semana, uma vez que as expectativas de inflação de longo prazo continuam acima da meta e o crescimento continuou a surpreender positivamente”, avaliou o Citi em nota.
“Além disso, os termos de troca brasileiros continuam a sua trajetória positiva à medida que os preços das commodities saltam, dando assim mais apoio ao real.”
Os preços do petróleo davam sequência à recente trajetória de alta nesta terça-feira, rondando os patamares mais fortes desde novembro do ano passado, o que dava apoio a divisas sensíveis às commodites. Dólar australiano, peso mexicano e rand sul-africano ganhavam entre 0,3% e 0,55% no dia.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8564 reais na venda, com baixa de 0,31%.