O dólar devolveu perdas iniciais e passou a subir frente ao real nesta quinta-feira, operando com folga acima da marca psicológica de 5 reais, diante de temores de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos.
Às 10:26 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,27%, a 5,0615 reais na venda. A moeda chegou a cair nos primeiros negócios da sessão, com investidores ajustando posições depois de, na véspera, a moeda ter saltado 1,17%, a 5,0479 reais na venda, primeiro fechamento acima dos 5 reais desde 1º de junho deste ano. No entanto, logo retomou os ganhos.
Na B3, às 10:26 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,36%, a 5,0615 reais.
“Todo esse cenário de precificação de juros mais altos por mais tempo (nos EUA) tem fortalecido o dólar, principalmente contra as moedas emergentes”, disse Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos.
“Isso pode ser um fator decisivo, que o Fed aumente um pouquinho mais, e aí tenha mais fuga de capital estrangeiro (do Brasil), buscando taxas altas nos Estados Unidos com um risco bem menor do que a gente tem, ou até sem risco.”
No exterior, a proximidade dos preços do petróleo da marca de 100 dólares o barril aumentou as preocupações com taxas de juros persistentemente altas, uma vez que tende a alimentar a inflação e atrapalhar o controle dos preços por parte dos bancos centrais.
O Federal Reserve elevou na semana passada as projeções para os custos dos empréstimos no ano que vem diante da ameaça inflacionária, também sustentada pela resiliência da economia dos EUA.
Dados finais do governo desta quinta-feira confirmaram que a economia dos Estados Unidos manteve um ritmo de crescimento razoavelmente forte no segundo trimestre em meio a um mercado de trabalho resiliente.
Operadores também estão de olho nos esforços de parlamentares dos Estados Unidos para evitar nova paralisação do governo em Washington, enquanto aguardam comentários do chair do Fed, Jerome Powell, às 17h desta quinta-feira (horário de Brasília).
Já na sexta-feira, o foco passará para dados de inflação norte-americanos.