O Ibovespa (IBOV) recuava nesta segunda-feira, pressionado particularmente pelas perdas de Vale e Petrobras, mas também contaminado pela alta nas taxas dos contratos futuros de juros, o que pressionava particularmente ações de empresas sensíveis à economia brasileira.
Às 11:41, o Ibovespa caía 1,02 %, a 115.373,56 pontos. O volume financeiro somava 3,85 bilhões de reais.
O avanço das taxas dos contratos de DI acompanhava o movimento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, conforme persistem as preocupações com um cenário de juros mais altos por mais tempo na maior economia do mundo.
O yield do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia a 4,6516%.
A agenda norte-americana nesta sessão corroborava tal performance, com um índice de atividade industrial mostrando um desempenho mais forte do que inicialmente previsto e outro dado sobre a atividade do setor superando as expectativas.
Investidores agora aguardam um disc chairdo chair do Federal Reserve, Jerome previsto previto para o meio-dia (horário de Brasília). Wall Street tinha um desempenho misto, com Nasdaq subindo 0,44%, mas o S&P 500 cedendo 0,19% e o Dow Jones perdendo 0,43%.
No fim de semana, o Congresso dos EUA aprovou uma proposta para estender o financiamento do governo federal por mais 45 dias, evitando uma paralisação. Mas o acordo exclui qualquer nova ajuda à Ucrânia, uma exigência fundamental dos democratas.
“Portanto, a dor de cabeça política nos EUA não acabou, mas os políticos ganharam algumas semanas para tentar encontrar uma solução melhor”, observou a analista sênior do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya, em nota a clientes.
Destaques
Vale (VALE3) caía 1,23%, a 66,75 reais, em mais uma sessão sem a referência dos futuros do minério de ferro na China, dado o feriado no país asiático.
Petrobras (PETR4) recuava 1,39%, a 34,16 reais, conforme os preços do petróleo também enfraqueceram no exterior, com o barril de Brent cedendo 0,99%, a 91,29 dólares.
Itaú (ITUB4) cedia 1,12%, a 26,89 reais, e Bradesco (BBDC4) ( caía 0,70%, a 14,20 reais, com a principal pressão negativa do setor financeiro vindo de B3 ON, que perdia 2,12%, a 12,03 reais.
BTG Pactual (BPAC11) caía 0,74%, a 30,84 reais, também tendo como pano de fundo acordo para comprar a Órama DTVM por 500 milhões de reais, conforme o maior banco de investimentos da América Latina busca avançar na oferta de produtos para pessoas físicas.
Natura (NTCO3) caía 4,40%, a 13,92 reais, em meio ao declínio generalizado em papéis de consumo, com o índice do setor em baixa de 1,39%. A performance é ditada pelo avanço nas taxas dos DIs, que ainda pressionavam papéis de construtoras, com o índice do setor imobiliário perdendo 1,39%.
BB seguridade (BBSE3) subia 2,02%, a 31,84 reais. Analistas do BTG Pactual reiteraram recomendação de “compra” para os papéis ao manter os mesmos em sua carteira recomendada para outubro, citando entre os argumentos que a empresa está livre do risco de fim dos juros sobre o capital próprio e de inadimplência, a margem é impressionantemente alta e o cenário competitivo é favoravelmente benigno.
Fleury (FLRY3) avançava 1,12%, a 15,32 reais. Analistas do Citi elevaram a recomendação dos papéis para “compra”, bem como o preço-alvo de 17 para 18 reais, citando que a empresa continua a sinalizar confiança na integração contínua com a Pardini, bem como melhoria das condições competitivas nos canais lab-to-lab e PSC (unidades de atendimento a clientes), menor impacto da sua plataforma de saúde, entre outros fatores.
Sabesp (SBSP3) valorizava-se 0,66%, a 61,43 reais, tendo como pano de fundo anúncio de que o governo do Estado de São Paulo emitiu comunicações às cidades atendidas pela companhia com proposta de mudança nos contratos de serviços, em mais uma etapa do processo de privatização da maior empresa de saneamento do Brasil.
IRB (IRBR3) caía 6,80%, a 41,01 reais, em sessão de ajuste após avançar quase 8,7% na semana passada. Apenas na sexta-feira, os papéis da resseguradora subiram mais de 5%.