Um ex-executivo da divisão de venture capital da Samsung, que propôs que a oferta de software da desenvolvedora de aplicativos móveis Branch Metrics fosse expandida nos smartphones da empresa, enfrentou resistência devido à pressão do Google, disse ele na quinta-feira em um julgamento antitruste histórico contra a unidade da Alphabet.
Patrick Chang, que trabalhou na Samsung Next para investir em empresas inovadoras, pediu à companhia controladora que expandisse as ofertas da Branch, que pode fazer buscas em aplicativos, para seus smartphones Android.
O fundador e ex-presidente-executivo da Branch Metrics, Alexander Austin, testemunhou no final de setembro que sua empresa eliminou algumas das funções de seu software para se defender das reclamações do Google, enquanto procurava fazer acordos com operadoras sem fio e fabricantes de smartphones.
A Branch teve que garantir que suas pesquisas permanecessem dentro dos aplicativos e nunca fossem vinculadas à web, observou Austin.
Chang testemunhou que a Samsung também enfrentou resistência das operadoras de telecomunicações, como a AT&T, que vendem telefones com sistema Android.
O Google é acusado de pagar 10 bilhões de dólares por ano com base em acordos de compartilhamento de receita para fabricantes de smartphones, operadoras e outras empresas que concordam em tornar seu software o padrão e manter seu monopólio sobre as ferramenta de pesquisas.
Em seu interrogatório, o Departamento de Justiça mostrou um email de agosto de 2020 do executivo da Samsung, David Eun, que reclamou que “o Google está claramente comprando seu caminho para esmagar os concorrentes”.
Sob interrogatório de um advogado do Google, Chang foi questionado sobre outra possível explicação para o desinteresse da Samsung na Branch, que é o fato de o software ser desajeitado e poucos usuários clicarem nos links que a Branch oferecia.