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A importância da diversificação!

by Conrado Navarro
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Organização financeiraMarcelo escreveu: Olá Navarro. Parabéns pelo blog, um conteúdo excelente que agrega muito ao conhecimento para formarmos nossa educação financeira e poder aplicá-la no dia a dia. Minha dúvida é a seguinte: no momento possuo 4 investimento, fundo DI, fundo de ações, CDB DI, CDB pogressivo. Lendo tudo que você vem comentando por aqui fiquei com a sensação de que eu estou exagerando na diversificação. Minha impressão está certa ou esse tipo de diversificação não é prejudicial?

Marcelo, obrigado pelas palavras de apoio e reconhecimento. Diversificar deveria ser uma prática comum para quem investe e se preocupa com seu patrimônio futuro. Mas não é. O conceito por trás dessa prática é muito simples: diluindo o risco, a chance de ser pego de surpresa é menor, o que mantém seu patrimônio protegido por mais tempo. A discussão mais importante nestes casos é a que você levantou, ou seja, quanto e como diversificar. Será que existe isso de diversificar demais ou de menos? Te adianto que está no caminho certo.

Então, há alguma regra para diversificação?
Na essência da coisa, a resposta é não. Não há regra para diversificação e ela não é algo mandatório ou que lhe trará resultados mágicos. Mas é preciso acreditar que quando seu dinheiro está pulverizado de forma inteligente, o risco dele sumir repentinamente ou ao sabor de uma manobra de mercado passa a ser mais baixo. E não importa se você tem 2, 3 ou 10 aplicações diferentes. A Diversificação só tem validade quando você passa a questionar sua aversão ao risco.

Aversão ao risco?
Ai uma coisa que você faz todo dia sem perceber. A toda hora você toma decisões baseadas no risco de se dar mal (ou de se dar bem). De vez em quando você aceita fazer aquela aventura pelas montanhas da região, idealizada pela empresa, porque isso pode facilitar a integração com seus chefes e pares. Aceita o risco de uma distensão, de um machucado aqui e outro ali porque isso pode lhe trazer algum benefício. É, o exemplo foi um pouco simplista e incomum, mas é o que aconteceu comigo recentemente. É como aquele cara que não economiza energia, mas reclama que suas contas não param de aumentar. Causa e efeito.

O mesmo acontece com seu dinheiro, só que a dimensão é maior e mais preocupante. E o terrorismo psicológico de especialistas e da mídia também ajuda a criar um mistério em torno de certos investimentos. A grande maioria tem medo da Bolsa, mas não sabe como ela funciona. Outros têm medo de investir em ações de empresas pequenas (porque seria difícil vendê-las a qualquer momento), mas mantém seu dinheiro investido também em imóveis, claramene algo também de baixa liquidez. Ai a solução parecem ser as opções tradicionais: caderneta de poupança, renda fixa ou DI. E quem disse que elas não tem risco?

Você precisa entender que risco também significa oportunidade e que para que você possa ter um ganho expressivo terá de arriscar. Aversão ao risco significa compreender o que o risco representa em cada tipo de investimento antes de achá-lo arriscado demais. E diversificar significa respeitar seu limiar de aversão ao risco, colocando seu dinheiro tanto em algo arriscado (pouco se você for muito medroso) quanto em algo conservador. E nosso amigo Marcelo nos dá esse exemplo.

Sei quanto meu coração aguenta. Mas como saber quanto devo colocar em cada investimento?
A boa notícia é que não existem montantes pré-estabelecidos para cada tipo de aplicação. Isso quem vai definir é você, que precisa sentir-se confortável mesmo quando as coisas tendem a ir mal. Explicando melhor, você precisa ter saúde financeira suficiente para que parte de suas aplicações possa sofrer algumas baixas rumo ao grande crescimento do médio ou longo prazo. Detalhes interessantes sobre alocação de recursos podem ser vistos neste meu outro artigo.

Afinal, devo diversificar muito ou diversificar pouco?
Calma Marcelo, você não está exagerando na diversificação. Digo isso porque essa diversificação deve estar rendendo aquilo que você esperava e você pelo jeito está feliz com ela. Estou certo? Se não, o problema não é, necessariamente, a diversificação. O plano de rentabilidade que criou pode estar furado e então terá que reavaliar o quanto deseja ganhar para só então definir quanto risco pretende correr, lembrando que quanto maior a expectativa, maior terá que ser sua exposição ao risco.

Por fim, um exemplo
Imagine que queira uma rentabilidade de 12% ao ano. Pra que arriscar tanto com ações e derivativos se você pode compor uma carteira com renda fixa, fundos DI e multimercado que lhe dê estes 12%? Mas se quiser ganhar 15%, por exemplo, terá que incluir um fundo/investimento mais arriscado em seu portfólio. Portanto, diversificar muito ou pouco é uma questão pessoal. Afinal de contas, você pode investir em 5 produtos bancários e ter rentabilidade de 12% e eu posso investir em apenas 1 produto e ter a mesma rentabilidade. E ai? Será que o risco compensa? Ai é que entra a vantagem de diversificar, manjou?

Claro que seus investimentos e sua diversificação devem ser reavaliadas constantemente, pois definem ativamente o crescimento, ou não, de seu patrimônio. Se por um lado o conceito de diversificação é simples, sua aplicação no dia-a-dia é desafiadora, podendo ser frustrante. Para evitar esse desgaste, primeiro saiba onde quer chegar.

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