A nova direção da CVC (CVCB3) tem como uma das prioridades elevar o “take rate”, um indicador de rentabilidade do negócio, e sinalizou em sua primeira conferência de resultados nesta quarta-feira que o grupo de turismo já obteve avanço no mês de julho.
Na bolsa, por volta de 16h, as ações da CVC caíam 7,99%, a 2,65 reais cada, registrando o pior desempenho do Ibovespa, que cedia 0,74%.
“Quando a gente olha agora no mês de julho, que a gente já fechou, observamos já uma melhora no ‘take rate’, tanto, principalmente, no B2C (produtos voltados ao consumidor final), quanto também no B2B (produtos voltados a empresas)”, disse Carlos Wollenweber, diretor financeiro da CVC Brasil, a analistas.
O executivo, porém, não deu detalhes da magnitude do aumento obtido em julho no take rate, que é formado pela divisão da receita líquida pelas reservas, e afirmou que não há previsão sobre o ritmo esperado para a elevação no indicador.
A CVC teve um segundo trimestre movimentado, tendo levantado 550 milhões de reais em oferta subsequente de ações no final de junho e anunciado mudanças no alto escalão.
Em maio, Wollenweber chegou para assumir a cadeira de diretor financeiro e de relações com investidores, depois da saída de Marcelo Kopel em abril.
Em junho, Fabio Godinho foi anunciado como o novo presidente da empresa, substituindo Leonel Andrade que renunciara ao cargo no mês anterior. Além disso, Guilherme Paulus, fundador da CVC, voltou a ser acionista do grupo.
Godinho afirmou a analistas nesta quarta-feira que a elevação no “take rate” deve se dar por meio do “crescimento da venda de produtos mais rentáveis, renegociação com fornecedores estratégicos e na melhora da gestão da nossa base de clientes, principalmente, falando do B2B.”
Os executivos afirmaram que a companhia, por exemplo, já descontinuou pacotes exclusivos que não estavam dando resultado esperado, o que ajudou no aumento de rentabilidade em julho.
Questionado sobre medidas para elevar o take rate no segmento para clientes institucionais, como agentes de viagens, Godinho afirmou que uma das ações tomadas foi dividir a gestão das diferentes marcas detidas pelo grupo, como a Experimento, de intercâmbio, e a Visual, de viagens sob medida.
A ideia é que a CVC “consiga segmentar tanto a parte de vendas quanto a parte de atendimento às agências, porque o perfil de cada marca impacta as agências de uma forma completamente diferente”, disse ele.
A CVC teve prejuízo líquido de 167 milhões de reais no segundo trimestre, uma perda 76,1% maior do que a registrada no mesmo período de 2022, pressionada especialmente por despesas financeiras, conforme divulgado na noite de terça-feira. O “take rate” ficou em 7,5%, contra 7,6% um ano antes.
Outros três focos divulgados pela nova gestão para o segundo semestre de 2023 e para 2024 são a expansão de vendas e de lojas físicas, com perspectiva de reverter a tendência de fechamento de lojas em até cerca de 18 meses e planos de contratação de pessoal para os pontos físicos; redução de despesas operacionais, o que inclui demissões em áreas vistas como não essenciais; e reforço da estrutura de capital.
Wollenweber ainda afirmou que o caixa da companhia, após a captação em junho e diante de um bônus de subscrição de ações a ser executado no final do ano, é “suficiente” para o restante do ano, embora ressalve que isso também depende do desempenho da empresa.
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