O plantio de soja da safra 2023/24 do Brasil havia atingido 68% da área estimada até a última quinta-feira, configurando o mais baixo índice para esta época do ano desde a safra 2019/20, devido ao excesso e à falta de umidade em diferentes regiões, informou a consultoria AgRural nesta segunda-feira.
Até a semana anterior, o plantio havia atingido 61% da área, enquanto era de 80% no mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento da AgRural, que chamou a atenção em relatório para riscos em Mato Grosso, maior produtor brasileiro.
A consultoria citou ainda excesso de chuvas no Sul e a falta delas no Norte/Nordeste.
“Mas é em Mato Grosso que o foco das preocupações ainda se concentra, já que as chuvas registradas na semana passada continuaram irregulares e o calor foi grande”, disse a consultoria.
“Com pouca umidade, a necessidade de replantio aumenta. A esta altura, porém, os produtores das áreas mais afetadas se dividem entre replantar, deixar a soja do jeito que está para ver se ela se recupera pelo menos parcialmente, ou abandonar parte das lavouras e partir direto para o plantio da segunda safra no início de 2024.”
O clima seco está forçando os agricultores a desistir da soja para plantar algodão ou outras culturas em Mato Grosso, o principal Estado agrícola do Brasil, segundo associações de produtores da pluma disseram à Reuters, na semana passada.
O replantio também é uma possibilidade em áreas de Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, caso as chuvas não melhorem nos próximos dias.
“De um modo geral, a irregularidade das precipitações é um problema em grande parte das áreas produtoras do Centro-Oeste, Norte/Nordeste e Sudeste, mas a situação não é tão preocupante como em Mato Grosso”, destacou.
No Sul do país, as chuvas seguem frequentes e deixam o plantio muito lento no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Paraná, a umidade dificulta o avanço das máquinas nas áreas de calendário mais tardio. “Nas regiões onde o plantio já está finalizado, porém, a safra se desenvolve bem.”
Já o plantio de milho verão estava em 80% da área estimada para o centro-sul do Brasil até quinta-feira, contra 76% uma semana antes e 82% no mesmo período do ano passado, de acordo com dados levantados pela AgRural.
Os trabalhos com o milho estão praticamente encerrado nos três Estados do Sul, mas o excesso de umidade preocupa os produtores devido às dificuldades impostas ao manejo das lavouras e à possibilidade de falhas de polinização.