A Americanas (AMER3) afirma que o ex-CEO, Miguel Gutierrez, está mentindo sobre a sua inocência no caso de fraude da varejista. Em um extenso documento publicado nesta segunda-feira (11), a varejista rebate as declarações do executivo.
O posicionamento de Gutierrez faz parte de um processo judicial autoria do Bradesco, efetuado em janeiro, que pede a impugnação de créditos fiscais da empresa.
A manobra do banco é uma tentativa de receber os recursos antecipadamente na recuperação judicial.
O Itaú, Santander e ABC Brasil, entretanto, são contra esta posição e pediram à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, no fim de agosto, que seja rejeitado o pedido do Bradesco.
A Americanas disse que “lamenta a posição da instituição financeira, não compartilhada pelos demais bancos credores da companhia, que seguem empenhados num consenso”.
Carta à CPI
Além disso, na semana passada, Gutierrez enviou uma carta de 17 páginas (veja aqui) aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a crise na rede varejista.
No documento, Gutierrez afirma que “nunca soube” que a pressão dos controladores da Americanas por resultados “teria levado a atos de manipulação da contabilidade”.
Ele afirma que o setor tinha “forte influência e controle” dos controladores, os bilionários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
A Americanas ressaltou que “foram identificadas várias contradições e mentira”” nas alegações contidas na carta apresentada por Miguel Gutierrez. Além disso, afirma que ele não conseguiu responder aos fatos levados pela companhia à CPI em junho (veja aqui).
Em uma delas, por exemplo, Gutierrez afirma que a companhia passava por situação financeira difícil no segundo semestre, que precisaria de aporte de capital e que todos os órgãos da administração tinham ciência desse fato.
No entanto, os documentos disponibilizados à CPI mostram que Gutierrez teria apresentado aos conselheiros uma visão de que a Americanas geraria R$ 500 milhões de caixa no 4º trimestre de 2022.
Veja o documento da Americanas:
Lista de credores da Americanas:
Bradesco (BBDC4): R$ 4,8 bilhões;
Santander Brasil (SANB11): R$ 3,6 bilhões;
BTG Pactual (BPAC11): R$ 3,5 bilhões;
BV (Votorantim: R$ 207 milhões;
Itaú Unibanco (ITUB4): R$ 2,9 bilhões;
Safra: R$ 2,5 bilhões;
Banco do Brasil (BBAS3): R$ 1,3 bilhão;
Daycoval: R$ 509 milhões;
Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões;
Banco ABC Brasil: R$ 415,6 milhões;
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: R$ 276 milhões
Banco da Amazônia (BAZA3): R$ 103 milhões.