A Atvos, uma das maiores produtoras de etanol do Brasil, informou nesta segunda-feira que encerrou seu processo de recuperação judicial, o que permitirá seguir com suas operações, que devem receber 1,6 bilhão de reais em investimentos até o fim da safra atual.
Segundo a companhia, foi aprovado um aditamento ao plano de recuperação prevendo nova estrutura de pagamentos da dívida, tanto para os credores quirografários não financeiros (fornecedores) quanto para os credores financeiros (bancos).
Do total das dívidas financeiras originais desde o início da recuperação judicial, em maio de 2019, 54% já haviam sido equacionadas e o prazo para pagamento da dívida remanescente foi alongado até dezembro de 2042. Os juros, originalmente precificados em 115% do CDI, passam a ser de 100% do CDI.
O aditamento homologado prevê, ainda, o pagamento integral do saldo dos credores não financeiros ainda existente nos próximos 30 dias, de modo que serão pagos 99,99% de todos os credores não financeiros, o que equivale a 97% da dívida com essa classe desde o início do procedimento.
A Atvos também receberá agora um aporte de 500 milhões de reais do Mubadala Capital, seu novo controlador. A entrada de recursos reduzirá significativamente a alavancagem, que passará a ser de 1,4 vez a dívida líquida sobre Ebtida, com perspectiva de queda, disse o grupo.
A companhia, que tem capacidade para produzir cerca de 2,9 bilhões de litros de etanol, está executando investimentos de 1,6 bilhão de reais em áreas agrícolas e industriais de suas unidades nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além de aumentar os aportes em inovação e em novas tecnologias.
Os investimentos aumentarão a produção de etanol, produto que tem boas perspectivas de crescimento, avaliou a Atvos, na medida em que grande parte dos países emergentes deve usar biocombustíveis como uma solução sustentável para reduzir emissões.
“Temos um sólido planejamento que busca ampliar os índices de produtividade do nosso portfólio atual para alcançarmos a moagem de 32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nos próximos anos”, disse Bruno Serapião, CEO da Atvos, em nota.