Os contratos futuros do café arábica na ICE atingiram o valor mais alto em 18 meses nesta sexta-feira, devido a preocupações com o clima adverso no Brasil, o maior produtor, e com a escassez de oferta no Vietnã, o maior produtor de robusta.
Os futuros do robusta atingiram o valor mais alto em pelo menos 16 anos, enquanto a alta incessante do cacau continuou, com os futuros de Nova York atingindo novamente recorde acima de 10 mil dólares por tonelada métrica.
Café
O café arábica subiu 1,4%, fechando a 2,2045 dólares por libra-peso, depois de atingir uma máxima de 18 meses de 2,2925 dólares.
Os preços do arábica se beneficiaram de uma alta sustentada dos preços do robusta este ano, o que levou os torrefadores a aumentar a quantidade de café arábica que usam nas misturas e a reduzir os volumes de robusta.
“As preocupações com a oferta no Vietnã (maior produtor de robusta) e as chuvas abaixo da média em Minas Gerais, região brasileira que produz cerca de 30% da safra de arábica do país, contribuíram para o aperto do mercado”, disse a Fitch Solutions em uma nota.
O Brasil é, de longe, o maior produtor de arábica do mundo.
O café robusta subiu 1,6%, para 3.852 dólares por tonelada. Anteriormente, atingiu 3.903 dólares, o nível mais alto desde que o contrato começou a ser negociado em 2008.
Há preocupações cada vez maiores sobre as perspectivas da safra no Vietnã devido às condições de seca, com os negociantes dizendo que os agricultores continuam relutantes em vender, pois estão cada vez mais confiantes em preços ainda mais altos.
Cacau
O contrato do cacau em Londres avançou mais de 5%, para 8.640 libras por tonelada métrica, depois de atingir um recorde de 8.652 libras, com ganho de 13% na semana.
Os principais produtores, Costa do Marfim e Gana, estão em meio a uma de suas piores safras.
Os estoques de cacau monitorados pela ICE nos portos dos EUA estão em seu nível mais baixo em três anos.
O cacau negociado em Nova York ganhou 5,9%, a 10.475 dólares por tonelada, depois de atingir um recorde de 10.511 dólares.
Açúcar
O açúcar bruto fechou em queda de 0,4 centavo, ou 1,9%, a 20,45 centavos de dólar por libra-peso, após atingir o preço mais baixo desde o final de dezembro, de 20,41 centavos. Perdeu 7% na semana.
Os operadores citaram os altos níveis de estoques no Brasil no final da safra 2023/24 e o bom início da nova safra.
A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil totalizou 5,04 milhões de toneladas na segunda quinzena de março, mostraram dados do grupo industrial Unica, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior.
O açúcar branco subiu 0,2%, para 629,10 dólares a tonelada.
