A trading de grãos norte-americana Cargill irá submeter às autoridades antitruste do Brasil um contrato para adquirir três plantas de esmagamento de soja no país, em um movimento para se manter competitiva no maior produtor da oleaginosa no mundo.
Em nota nesta segunda-feira, a Cargill informou que o negócio envolve fábricas de esmagamento e produção de biodiesel nas cidades de Anápolis (GO), Porto Nacional (Tocantins) e Cachoeira do Sul (RS), além de quatro armazéns em Goiás e Tocantins. Os ativos pertenciam à Granol, uma processadora de soja de capital privado.
O movimento da Cargill é um sinal de provável consolidação na indústria brasileira de esmagamento de soja em um momento de oferta barata após uma safra abundante.
Em junho, a Cargill manifestou interesse em participar do leilão dos ativos de outra esmagadora privada, a Imcopa, que está em processo de recuperação judicial.
A Cargill e a Granol se recusaram a divulgar o valor do negócio, alegando confidencialidade relacionada ao processo de aprovação antitruste.
Paula Cadette, filha de um dos fundadores da Granol e diretora-superintendente da empresa, disse por telefone que a idade avançada dos proprietários e a elevada necessidade de capital de giro foram fatores importantes na decisão da Granol de vender 100% dos negócios de biodiesel para a Cargill.
A Granol mantém duas plantas de processamento de soja no Estado de São Paulo que produzem óleo e farelo de soja, incluindo uma com um acordo de “toll” com a Cargill na cidade de Bebedouro, disse ela.
Ainda está em discussão se o acordo de “toll” será renovado com a Cargill, disse ela.
Após a venda para a Cargill, que Cadette observou ter levado “alguns anos” para ser negociada, a Granol ficou com 30% de sua capacidade original de esmagamento de soja em duas fábricas no Estado de São Paulo.
Um porta-voz da Cargill disse que o negócio mostra a importância do Brasil para as operações globais da companhia e seu foco em energias renováveis, referindo-seao biodiesel.