A Sabesp (SBSP3) anunciou na noite de quinta-feira que a cidade de São Paulo assinou termo de adesão à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário 1 – Sudeste, um passo considerado pelo mercado como importante para o andamento da privatização da maior empresa de saneamento do Brasil.
“O Estado de São Paulo e o Município de São Paulo reafirmaram o compromisso de manutenção dos investimentos, atingimento das metas e repasse para o Fundo Municipal, nos termos contratuais atualmente vigentes, bem como concordaram em buscar soluções colaborativas e construtivas relacionadas ao Contrato de Prestação de Serviços Públicos de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário, firmado em 23 de junho de 2010”, afirmou a Sabesp em fato relevante ao mercado.
Às 10h49, os papéis da companhia de saneamento básico de São Paulo avançavam 0,74%, a 58,23 reais, tendo chegado a 59,4 reais (+2,77) na máxima mais cedo. No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,73%.
De acordo com analistas do JPMorgan, é difícil precificar o impacto da adesão da prefeitura de São Paulo à URAE, que por enquanto não tem impacto material no fluxo de caixa da Sabesp, mas certamente aumenta a probabilidade de privatização.
“Mantemos um valor justo de 100 reais por ação para uma Sabesp privatizada (1,1 vez EV/RAB) em um processo simples, mas continuamos a afirmar que este é um evento altamente binário e o caminho para a privatização – se acontecer – ainda pode ser turbulento nos próximos meses”, ponderaram Henrique Peretti e Victor Burke em relatório a clientes.
Além disso, sinalizaram que o valor justo da empresa privatizada, e por consequência o “upside” para os acionistas, depende muito da modelagem do processo, que não foi definida ainda. Atualmente, o JPMorgan tem recomendação “overweight” para os papéis, com preço-alvo de 57 reais.
Na véspera, as ações da Sabesp fecharam em alta de 5,5%, a 57,80 reais, depois que o governador do Estado, Tarcísio de Freitas, modificou via decreto sistema de governança sobre os serviços de saneamento no âmbito do marco do saneamento, concedendo mais peso de representação às regiões metropolitanas em um momento em que estuda a privatização da empresa.
Analistas do Itaú BBA afirmaram em relatório a clientes na quarta-feira que as mudanças “foram um marco importante para o processo de privatização da Sabesp, pois a potencial adesão da cidade de São Paulo às URAE tornaria mais fácil para o Estado negociar os termos da privatização com os municípios”.