Na última semana os EUA foram mais uma vez acusados de “espionar o mundo todo”. Em entrevista ao G1, o colunista do jornal britânico The Guardian, Glenn Greenwald, revelou que a Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) tem um programa para monitorar informações de pessoas de fora dos EUA que usam serviços de nove grandes empresas americanas – como Google, Facebook, Apple e Microsoft.
“Esse é o objetivo [dos EUA]. Eles querem fazer com que ninguém no planeta possa ter qualquer tipo de privacidade ou falar um com o outro sem que o governo dos EUA esteja escutando”, disse Greenwald em entrevista ao G1.
O jornalista continua suas acusações apontando que o governo norte-americano quer “saber de tudo” através do monitoramento de outros países. Para ele, os EUA estão chegando muito perto do ponto onde serão capazes de fazer isso.
Greenwald afirmou ter conhecimento destas práticas há poucos meses e que os EUA não têm o direito de monitorar outros países, embora eles façam isso com frequência.
“Os EUA são, se não o país mais poderoso, um dos mais poderosos. Então eles fazem o que querem de qualquer jeito. Isso é algo que o resto do mundo terá que pensar, agora que eles sabem disso”, argumentou.
O colunista do The Guardian também alerta sobre a utilização de serviços que podem expor sua privacidade. Afinal, segundo ele, a agência de espionagem do país usa seu poder para conseguir as preciosas informações que essas empresas têm em seus bancos de dados.
“Eu não usaria o Facebook e uso o Skype eventualmente porque preciso, já que não existe nenhuma alternativa. Mas, em geral, eu me esforço para evitar usar companhias que eu sei que estão deixando o governo dos EUA escutar o que querem”, diz Glenn.
A resposta do Google
Como não podia ser diferente, o gigante das buscas está entre as empresas citadas por Greenwald que passam informações para o governo norte-americano. A quantidade de informação que a empresa detém deve ser até difícil de mensurar.
O Google, nesta terça-feira (11), adotou a postura de que não tem “nada a esconder”. Por isso, pediu permissão ao governo dos Estados Unidos para publicar informações sobre seu cumprimento dos mandados judiciais a respeito de dados secretos de segurança nacional.
A carta com o pedido foi enviada ao FBI e ao Departamento de Justiça americano, mas também foi publicada no blog da empresa para que todos se lembrem da política de transparência em atividade.
“As afirmações na imprensa no sentido de que nosso cumprimento a essas solicitações dá ao governo dos EUA acesso sem restrições aos dados dos nossos usuários são simplesmente falsas”, escreveu David Drummond, diretor legal do Google.
O executivo da empresa ainda acrescentou sobre o que gera especulação de que o Google passe informações para o governo norte-americano.
“As obrigações de confidencialidade do governo a respeito do número de pedidos de segurança nacional (sob o amparo da lei FISA) que o Google recebe, assim como o número das contas contempladas nessas solicitações, alimentam a especulação”, afirmou.
Se o assunto for base de dados com informações privadas das pessoas, o Google realmente deve ser lembrado.
Afinal, os serviços do buscador possibilitam conhecer o que as pessoas buscam (ferramenta de pesquisa), o que compartilham (Google+), o que vão fazer (Google Agenda), o que pensam (Blogger), o que armazenam (Google Drive), com quem falam (Gmail), o que assistem (YouTube), os lugares que frequentam (Google Maps) e ainda suas intenções de compra (Google Shopping).
É ou não é muita informação?
Fontes: G1 | Correio Braziliense. Foto de freedigitalphotos.net.