O governo brasileiro já comprou 30,6 mil toneladas de milho de Mato Grosso, nas primeiras aquisições para recompor estoques públicos realizadas este ano, desde que o Ministério da Agricultura anunciou o programa de compras que projeta inicialmente 500 mil toneladas, afirmou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) à Reuters.
O programa de compras de milho para estoques públicos do Brasil foi anunciado em junho, quando as cotações do cereal ficaram abaixo do preço mínimo em várias praças, diante da colheita de uma safra recorde no país, maior exportador global dessa commodity.
Segundo a Conab, o governo já recebeu intenções de vendas de produtores para 388,7 mil toneladas de milho, de um total de 500 mil previstas inicialmente no programa de compras.
Tanto as compras efetivadas como as intenções de venda ainda não tinham sido previamente noticiadas.
A aquisição desse milho depende da conclusão de processos que envolvem a comprovação de alguns documentos.
“Algumas intenções estão em processo, aguardando a regularização de documentos por parte dos interessados”, disse a estatal.
Nesta semana, a Conab disse que produtores de milho do Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal estavam autorizados a vender o cereal para a Conab. Eles se juntaram a Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Tocantins.
Conforme o Manual de Operação da Conab, o limite de venda por produtor varia de acordo com o Estado. Em Mato Grosso, cada agricultor pode vender até 30 mil sacas para a estatal. Já em Mato Grosso do Sul e Goiás, o limite é de 10 mil sacas, enquanto nos demais Estados a aquisição está limitada a cerca de 3,3 mil sacas.
Em Mato Grosso, maior produtor do país onde a colheita da safra recorde está virtualmente finalizada, as cotações estão entre 32 e 37 reais a saca de 60 kg, e seguem inferiores ao preço mínimo do governo definido para o Estado de 43,26 reais a saca.
Os preços seguem pressionados no país apesar da expectativa de exportações de milho brasileiro recordes em agosto, em momento em que as cotações no mercado de Chicago estão próximas dos menores patamares desde 2020.
Como funciona
Para participar do programa, o produtor tem que indicar a intenção de venda até o dia 15 de cada mês. A aquisição é por ordem de entrega da intenção.
Caso as documentações necessárias estejam de acordo, após o dia 15 é feita uma reunião na Conab com as áreas financeiras, de fiscalização, armazenagem e as regionais envolvidas, onde são apresentadas as demandas e as disponibilidades de recursos.
Após isso, as regionais da Conab entram em contato com os produtores para entrega de documentações necessárias.
Depois que tudo estiver verificado, o produtor pode depositar o produto no armazém credenciando, indicado na intenção de venda.
Posteriormente, o produtor poderá enviar a nota de venda do produto para a Conab fazer a aquisição.
