Integrantes da CPI da Braskem (BRKM5) aprovaram nesta quarta-feira a convocação de nove pessoas para prestarem depoimento à comissão, entre elas o diretor-presidente da petroquímica, Roberto Bischoff, e o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa.
Na véspera, a Comissão Parlamentar de Inquérito já havia aprovado o plano de trabalho do relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), prevendo eixos de atuação até o dia 22 de maio, prazo limite para o funcionamento da comissão se ela não for prorrogada. Os senadores também votaram a favor de uma série de requerimentos de informações na terça.
A companhia virou alvo de uma CPI após novo episódio de afundamento de solo em bairro de Maceió, devido ao colapso de uma mina de exploração de sal-gema.
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A exploração do sal-gema em Maceió foi realizada entre 1976 e 2019 e interrompida após bairros da cidade passarem a registrar rachaduras em ruas e em edifícios, diante da movimentação de enormes cavidades criadas como consequência da mineração. A Braskem comandava as atividades de exploração desde 2002, ano de sua fundação.
Os depoimentos começam na manhã da próxima terça-feira, quando serão ouvidos os professores da Universidade Federal de Alagoas João Abel Galindo Marques e Natallya de Almeida Levino e o doutor e ativista em ecologia José Geraldo Marques.
“É uma convocação, são pessoas que vão dar início a esse trabalho da CPI para a gente se inteirar tecnicamente do que está acontecendo lá no Município de Maceió”, disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Desempenho da Braskem em 12 meses
De acordo com Carvalho, eles deverão apresentar estudos sobre as consequências da extração do sal-gema pela Braskem na cidade de Maceió.
Na sequência, prestam depoimento na quarta-feira Mauro Henrique Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), e Thales Sampaio, coordenador dos estudos da antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, atual Serviço Geológico do Brasil), que responsabilizou a Braskem pelo desastre.
Entre outros, também foi convocado Marcelo Arantes, diretor de Comunicação da Braskem.
Aziz sugeriu que fosse retirado um requerimento de convocação a Marcelo Pessoa de Aquino França Filho, delegado responsável pela operação “Lágrimas de Sal”, posição que teve o apoio do colegiado.
“Esse inquérito ainda se encontra sob sigilo e o delegado não tem como falar sobre esse assunto ainda na CPI. Posteriormente, nós iremos ter acesso a isso de uma forma mais sigilosa e poderemos conversar com ele”, argumentou o presidente da CPI.