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Dinheirama entrevista: Allan Panossian, Co-fundador do Kekanto

por Ricardo Pereira
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Poucas pessoas no Brasil podem colocar no seu currículo a criação e participação ativa em uma Startup de sucesso, e uma delas é Allan Panossian Kajimoto. Tive a boa sorte de conhecer o Allan alguns anos atrás, e ao longo do tempo tive a oportunidade de acompanhar de perto os seus passos, sempre com muito sucesso.

O Allan é formado em Ciência da Computação pelo IME-USP e co-fundou o Kekanto em 2010. Desde de 2005, está envolvido no mundo de startups e fez parte do time fundador da Via6 (terceira maior rede social do Brasil em 2008), Direct Labs (consultoria de redes sociais) e Scup (plataforma de relacionamento em redes sociais – adquirida pela Sprinklr).

No tempo livre, Allan gosta de acompanhar a evolução do empreendedorismo no Brasil e empresas em estágio inicial, especialmente de tecnologia. Nessa entrevista, conversamos sobre o atual cenário econômico do Brasil e os desafios que os empreendedores deverão superar para alcançar o sucesso. Acompanhe:

Allan, temos acompanhado nos últimos meses a piora no cenário econômico e muitas pessoas passando a buscar oportunidades através do empreendedorismo. Quais os desafios que o empreendedor deverá encontrar logo no início?

Allan Panossian: Um cenário econômico ruim como o que estamos passando tem dois aspectos. O negativo é que o acesso a recursos e investimentos é um pouco mais difícil. Pensando como um investidor, a ideia do empreendedor tem que ter muito potencial para fazer com que o investidor prefira investir na empresa ao invés de deixar em renda fixa que já rende na casa dos 16% ao ano e sem risco.

Por outro lado, a piora do cenário econômico faz com que as pessoas saiam da zona de conforto e virem empreendedores por necessidade. Isso no final das contas acaba sendo bom para o empreendedorismo em geral.

Qual a importância de processos de mentoria na formação de um negócio de sucesso?

A.P.: A chance do primeiro negócio de qualquer empreendedor falhar é muito grande. As estatísticas comprovam isso. A mentoria é uma das melhores maneiras de aumentar as chances de sucesso.

O processo de mentoria te ajuda principalmente a não desperdiçar tempo e consequentemente dinheiro (gastos fixos são os maiores comedores de recursos). Usar as experiências prévias do mentor ajuda (e muito) fazer os testes e iniciativas de maneira mais assertiva.

Você é um dos fundadores de uma startup que, com muito trabalho, se destacou rapidamente. Qual a sua avaliação do ecossistema de startups no Brasil no momento? Quais as dificuldades e oportunidades que mais lhe chamam a atenção?

A. P.: O ecossistema de startups no Brasil cresceu muito nos últimos anos. Infelizmente houve um descaso entre o capital de investidores e o nascimento das startups. Hoje é bem mais difícil levantar capital do que era em 2011. Parte disso por causa do cenário econômico e parte por não haver nenhum grande caso de sucesso no mercado brasileiro.

Hoje, vejo o ecossistema de startups no Brasil com empresas menores, que sejam lucrativas rapidamente, de nicho e com investimentos de seed e anjo.

Você será um dos mentores do Startup Weekend To Improve Lives – São Paulo. Conte pra gente um pouco do evento e como ele funciona.

A. P.: O Startup Weekend é uma excelente oportunidade para quem tem uma ideia ou gostaria de empreender e não tem experiência. É um evento de três dias que ensina mais que muitos anos de faculdade. Os startupeiros irão aprender a validar ideias, aprender a montar um business canvas, ter oportunidade de conhecer outros empreendedores e conversar com mentores!

O Startup Weekend Improve Lives tem uma característica ainda mais legal pois será realizado na Favela de Paraisópolis e terá um forte aspecto social! A expectativa é grande!

Existe um glamour muito grande em torno do empreendedor, muitos deles chegaram ao papel de estrelas. Em sua opinião, quais as características fundamentais para que o empreendedor consiga inspirar sua empresa e consequentemente seus “colaboradores” ao sucesso?

A. P.: O segredo está em conseguir criar a mesma paixão que você tem pela sua empresa em seus colaboradores. Isso não é fácil. Eu vejo a tríade Liderança, Visão estratégica e Execução como os principais fatores para isso.

Ser um bom líder, conseguir inspirar o time, saber equilibrar autonomia com cobrança, delegar na medida certa é o coração. Visão estratégica para entender o mercado, saber como ser lucrativo, saber o caminho a ser trilhado, entender como as ações do curto prazo impactam no macro é o cérebro. Executar bem, conseguir tirar a ideia do papel, orquestrar o time e fazer as coisas acontecerem é o corpo.

Sem qualquer uma das pontas será impossível criar uma empresa de sucesso com um time inspirado. Ninguém se engaja 100% em uma empresa que não tem futuro. Uma empresa com mega potencial não funciona se o time estiver desmotivado. Uma empresa com potencial e com pessoas engajadas, mas que não conseguem entregar também não chega a lugar nenhum.

Allan, muito obrigado pela sua participação. Por favor, registre uma mensagem final para os leitores do Dinheirama que acompanham seu trabalho e querem conhecer um pouco mais sobre você.

A. P.: Não importa o cenário econômico, não importa se a ideia é boa ou ruim, não importa você tem experiência ou não. Se o empreendedor não der o primeiro passo e sair da zona de conforto para saber se sua ideia é viável, ela nunca sairá do papel.

O importante é a mudança de mindset! Eventos como o Startup Weekend e o ecossistema de startups te ajudarão a dar o primeiro passo. Corra atrás! Parabéns ao Dinheirama, sempre atento aos temas mais importantes do momento e disposto a ensinar e aprender. Admiro vocês! Até a próxima!

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