Eu sempre fiz questão de reconhecer e aprender com os grandes nomes do mercado. Educação financeira é um processo que consiste em investir tempo e esforço na busca por novos desafios, mas ao mesmo tempo acompanhar e manter boas práticas em relação aos investimentos e às finanças pessoais. Ou seja, arriscar para tentar chegar mais longe, mas sem abrir mão da inteligência financeira.
Neste contexto, tive a oportunidade de conhecer e conversar com Alvaro Bandeira, um dos principais nomes do mercado financeiro brasileiro. Alvaro é sócio e Economista-chefe da Órama, foi ex-diretor de Análise Macroeconômica da Ágora, presidente nacional e regional da Apimec, conselheiro da BM&F e de várias companhias abertas. Alvaro recebeu, ao longo de sua carreira, inúmeras premiações e qualificações e é alguém que acredita na educação financeira.
Temos uma visão muito similar sobre alocação de ativos e patrimônio. A maioria dos brasileiros não tem tempo para gerenciar como deveria seus investimentos, então contar com gestores qualificados pode fazer a diferença. Mas o melhores fundos de investimento costumam ser inacessíveis (exigem aportes iniciais muito altos). A Órama permite que excelentes gestores possam ser aproveitados por pequenos investidores, conforme nos explica Alvaro em nosso papo:
Alvaro, gostaria que começasse contando um pouco de sua experiência e trajetória no mercado financeiro. Admiramos e conhecemos seu trabalho e queremos compartilhar isso com nossos leitores.
Alvaro Bandeira: Uma longa estrada percorrida ininterruptamente desde 1971, passando por bancos de investimento, corretoras e a criação da Lopes Filho e Associados (maior e mais antiga consultoria de investimentos). Fui presidente algumas vezes da Apimec Rio e Apimec Nacional, presidente da Bolsa Brasileira de Futuros, Conselheiro de empresas, da BVRJ e BM&F.
Atualmente estou na Órama, onde entrei como sócio junto com antigos sócios da Ágora Corretora, um “case” de sucesso no mercado de capitais durante quase sete anos. A Órama é um projeto inovador de democratização de acesso dos investidores a fundos administrados pelos melhores gestores independentes de recursos e totalmente online. Para entender melhor, sugiro que você assista ao vídeo sobre a Órama.
Em relação ao mercado financeiro brasileiro, qual a sua percepção em relação à indústria de fundos de investimento? Como nosso leitor deve encarar a relação entre fundos de investimento em aplicações diretas na bolsa de valores, por exemplo?
A. B.: Hoje a indústria de fundos abrange mais de 5 milhões de investidores e tende a crescer muito nos próximos anos. É a forma mais correta para pessoas físicas aplicarem recursos, principalmente dada a globalização e nível de sofisticação atingida hoje em dia – cenário em que é difícil para investidor acompanhar todas as informações e gerir seu patrimônio de forma eficiente.
O melhor a fazer é entregar boa parte para gestores competentes que dispõem de todo o ferramental e de equipes especializadas (economistas certificados, analistas de investimento, consultores etc.) para acompanhamento dos mercados, seleção dos investimentos e escolhas ágeis de atuação no mercado secundário.
Existe ainda uma percepção de que os bons produtos financeiros só são oferecidos aos mais ricos. Existe mesmo essa diferença? O foco e o objetivo da Órama não são justamente oferecer bons investimentos a partir de aportes acessíveis?
A. B.: Sim, o foco principal da Órama é dar aos pequenos investidores acesso aos gestores independentes de recursos de renomada competência e que exigem elevados volumes de aplicação mínima. Através da Órama, o investidor pode investir nesses fundos com R$ 5 mil ao invés de R$ 500 mil, por exemplo.
Dessa forma, colocamos os poupadores de menor porte frente a frente com os melhores produtos disponíveis no mercado local de forma simples e online, podendo ainda comparar e escolher as melhores alternativas para seu perfil de risco. Criamos um vídeo bem rápido que explica nosso modelo de negócios e porquê ele é interessante para o investidor.
O atual cenário econômico, dos juros em queda e rentabilidades menores na renda fixa, trouxe aos brasileiros o desafio de reavaliar seus investimentos. Qual deveria ser a postura correta dos investidores? Por favor comente também sobre a performance recente dos mercados e fundos para ilustrar sua opinião.
A. B.: Sem dúvida, o cenário de queda dos juros e seu prolongamento em patamar baixo por muito tempo exige que os investidores assumam maior parcela de risco para produzir retorno compatível para seu patrimônio. Com isso, terão que sair cada vez mais do imobilismo e de aplicações em renda fixa para buscar novas modalidades de aplicação mais arrojadas.
Esse é o desenho que se apresenta para o futuro dos investimentos no Brasil. Terá que existir busca permanente por eficiência e, como eu disse anteriormente, isso só será possível confiando recursos para profissionais de larga competência.
Se você pudesse falar apenas com aquele investidor conservador, que estava acostumado a ganhar 10% ao ano nos fundos de renda fixa, que recado daria?
A. B.: Desista, pois isso não existirá mais até onde conseguimos enxergar. Os investidores terão que assumir riscos crescentes para remunerar convenientemente seus recursos. Fundos de renda fixa são aplicações transitórias de curto prazo que, na melhor das hipóteses, poderão manter o poder de compra da moeda.
Fundos de aplicações mais sofisticadas e com gestão eficiente conseguem bater indicadores com consistência no médio e longo prazo, ainda que para investidores com perfil conservador. Usarei alguns exemplos de nosso portfólio para ilustrar o que estou dizendo: nós temos diversos fundos com um perfil moderado/conservador que apresentaram uma rentabilidade muito satisfatória:
- O Órama BTG Pactual Local acumulou 21,21% nos últimos 12 meses;
- O Órama GAP Absoluto tem alta de 15,45% neste mesmo período.
É claro que também damos atenção à renda fixa. Temos o Órama Cash DI, que busca render 95% do CDI e tem uma das menores taxas de administração do mercado, apenas 0,3% ao ano. O que o investidor precisa entender é que não será possível garantir ganhos elevados sem aumentar a exposição ao risco, mas para isso contando com profissionais qualificados.
Há também por parte de muitos investidores o temor relacionado à crise mundial: o que o investidor deve fazer num momento como este, em que os mercados apresentam um comportamento complexo e imprevisível?
A. B.: Nos dias que correm, vemos enorme volatilidade nos principais ativos de risco e nenhuma consistência direcional nos diferentes mercados. Assim, estamos diante de um momento típico de proteção para os investidores. Proteção que passa por ativos menos agressivos e por gestores com tecnologia operacional que evitam riscos desnecessários.
Só para exemplificar, no mês de maio o índice Ibovespa caiu quase 12% e tivemos fundos de nossa família com valorizações superiores a 4%. Isso mostra como técnicas desenvolvidas e gente qualificada podem garantir bons retornos mesmo em condições adversas. Sugiro ao leitor que conheça os fundos que oferecemos para realizar suas comparações e avaliar melhor suas decisões.
Alvaro, obrigado por aceitar nosso convite para essa conversa. Por favor deixe uma mensagem final aos leitores que pretendem reavaliar seus investimentos e tomar melhores decisões financeiras.
A. B.: Penso que a melhor mensagem é que mercados de risco não são para amadores. Ainda que você goste de operar individualmente, a prudência indica que a maior parcela de seus recursos deva ser administrada por profissionais de reconhecida competência. Em nosso site, o investidor vai encontrar uma gama de fundos para aplicação de acordo com seu nível de risco e retornos esperados.
Lá o investidor pode comparar fundos de uma mesma categoria, acessar comentários de profissionais, ver programas de TV com os gestores dos fundos e comentários diários e semanais sobre os diversos segmentos do mercado. Afinal, é educando que criamos a base para crescimento do mercado de capitais. Acesse www.orama.com.br e procure saber quem somos.
Obrigado pela oportunidade e parabéns pelo espaço dedicado à educação financeira. Até a próxima.
Foto: divulgação.