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Dinheirama Entrevista: Bia Nóbrega, coach e executiva da área de RH

by Janaína Gimael
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Em tempos em que há muita competitividade no mercado de trabalho e uso intenso de redes sociais tanto por recrutadores quanto por candidatos, como saber se você está no caminho certo na procura por uma vaga? Será que existe um perfil ideal de candidato? Como melhorar a forma como você será visto pelas empresas?

Para responder estas e outras questões, o Dinheirama conversou com a coach, executiva da área de Recursos Humanos e palestrante Bia Nóbrega. “O uso das redes sociais influencia, cada vez mais, o desenvolvimento de nossas carreiras. Tudo que comentamos pode ser usado “a favor” ou “contra” em qualquer momento de nossa vida. Se você é Recrutador de uma empresa que tem como valor solidez e confiabilidade, contrataria alguém que só publica noitadas, cervejadas e cia?”, avalia ela. É para refletir já!

Bia, se você pudesse dar 3 dicas para quem está à procura de uma vaga no mercado de trabalho hoje, quais seriam?

Bia Nóbrega: A 1ª seria: Cuide da sua imagem – por conta das mídias sociais a vida de todos nós está completamente exposta – o que você tem mostrado a seu respeito? A imagem projetada é compatível com a vaga que deseja? A 2ª dica seria: Tenha uma página no Linkedin que te posicione entre os primeiros da sua área e que seja atraente para o recrutador – siga as dicas publicadas neste vídeo e aumente suas chances. E a 3ª: Invista na sua rede de relacionamentos, pois a grande maioria das vagas são preenchidas por meio de indicações – seu nome é o primeiro a ser lembrado quando alguém pede indicação na sua área de atuação? Se não, mude esta história: compartilhe conhecimento e esteja sempre disposto a ajudar quem precisar… Mas atenção não peça vaga, se faça ser lembrado naturalmente !

A impressão é que, com as redes sociais, a concorrência por uma vaga aumentou bastante, é isso mesmo? Como a área de RH consegue filtrar quem está realmente no perfil necessário hoje em dia?

B.N.: De fato um número muito maior de candidatos se inscreve às vagas publicadas. Para filtrar, a área de RH tem usado cada vez mais filtros sistêmicos para “garimpar” – por isso a importância de se ter uma página no Linkedin estrategicamente construída e um currículo inteligente (que apresente quem é, o que já e que resultados alcançou).

Filtramos conhecimentos desenvolvidos (e atestados por outros) e experiências consistentes (onde, por quanto tempo, qual era a responsabilidade e que valor agregou) e aí, dentre os melhores posicionados, aprofundamos a análise.

Ainda sobre redes sociais, poderia dizer como o uso acaba influenciando de certa forma na carreira da pessoa ou na busca por uma vaga? Temos que tomar cuidado com o que postamos, comentamos, etc?

B.N.: O uso das redes sociais influencia, cada vez mais, o desenvolvimento de nossas carreiras. Tudo que comentamos pode ser usado “a favor” ou “contra” em qualquer momento de nossa vida. Se você é Recrutador de uma empresa que tem como valor solidez e confiabilidade, contrataria alguém que só publica noitadas, cervejadas e cia?

Precisamos tomar muito cuidado com o que comentamos e postamos, pois isto forma uma imagem nossa que talvez nem nos dê a chance de mostrar “o outro lado” (do que não publicamos)!

Em um artigo, você deu algumas dicas para o uso do Linkedin. Poderia citar as mais importantes aqui?

B.N.: Sim. Pesquise: 1) Páginas de profissionais que são referência em sua área: como eles se apresentam? O que eles evidenciam? E 2) Vagas de sua área: o que eles solicitam de experiência e competências? Com base nisso defina como se posicionará, que experiências e competências evidenciará e quem te recomendará.

As principais dicas na hora de colocar tudo isso na página são: 1) Ter um título que transmita o exato posicionamento que deseja (não é necessariamente cargo); 2) Apresentar-se no resumo de forma atraente – pois sinceramente uma boa descrição de quem é, o que já fez e conquistou é a principal barreira na triagem dos candidatos – se o recrutador não se convencer ao ler o resumo, provavelmente não seguirá adiante !

Existe um perfil de profissional ideal ou aquele tipo de profissional que as empresas sempre gostam de ter? Ou isso varia muito?

B.N.: Cada empresa, com base em sua cultura (o modo de se fazer as coisas), seus valores (o que valoriza) e seu posicionamento estratégico (como deseja posicionar seus negócios hoje e/ou no futuro) define o perfil desejado. Entretanto, algumas competências comportamentais são praticamente universais: Comunicação oral e escrita – expressão de suas ideias com clareza; Inteligência emocional – gestão das emoções independente do cenário; Adaptabilidade às mudanças – estar continuamente aberto ao novo e disposto a se adaptar; e Criatividade – ver diferentes perspectivas para o mesmo problema e propor novas soluções.

Habilidades profissionais X Comportamento: Alguém muito qualificado que não se relaciona bem na empresa ou está sempre reclamando pode ter problemas e até ser demitido por conta disso?

B.N.: Com certeza manter um colaborador que contamina negativamente o ambiente não é uma boa prática de gestão – o “que” se entrega é tão importante quanto o “como” se entrega – e se valorizamos alguém que se destaca em só uma das dimensões não transmitimos a cultura desejada !

Você já falou sobre a importância da gratidão. Como praticá-la  com mais frequência no ambiente de trabalho?  

B.N.: A gratidão pode ser praticada a cada novo projeto solicitado e/ou entregue, a cada reunião concluída, a cada proposta/venda ganha/feita ou perdida (afinal esta nos ensina muito). Agradecer – verbalmente ou mentalmente – a cada oportunidade de aprendizado e realização trará, pelas Leis Universais, novas e melhores oportunidades ! Teste e Verá !

Finalmente, poderia falar um pouco sobre a importância do networking nos dias de hoje? Indicações ainda costumam valer mais do que currículo em alguns casos?

B.N.: O networking sempre foi muito importante, mas agora seu peso foi aumentado. Explico: dado que hoje todos possuem “personas” amplamente divulgadas nas redes sociais (personalidade que o indivíduo apresenta aos outros como real), a rede de relacionamento serve para validar se o que é mostrado é ou não real. As indicações, em um mundo que se busca autenticidade, referenda com maior segurança quem somos como profissionais e pessoas e, portanto, valem mais do que está simplesmente escrito.

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