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Dinheirama Entrevista: Roni Cunha Bueno, fundador e CEO da Organica, aceleradora de negócios

por Redação Dinheirama
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Você ouve falar sobre aceleradoras de negócios todo o tempo, mas sabe realmente como funciona este tipo de empreendimento dentro da Nova Economia?

Nos tempos atuais, crescer rapidamente e de forma sustentável é um dos desafios das novas empresas, que quebram padrões e desafiam o chamado “status quo”, e também das empresas tradicionais, que precisam se transformar para atender às demandas dos novos tempos.

A Organica é uma aceleradora que já ajudou mais de 60 empresas e startups a crescerem de forma exponencial, entre elas: MaxMilhas, Méliuz, Dr. Consulta. Mercado Bitcoin, banco Olé, Oi, Time for Fun, Terra e GetNinjas. Conversamos com o fundador e CEO da Organica Roni Cunha Bueno para saber mais a respeito!

Pode contar um pouquinho sobre a formação dos fundadores da Organica  e trajetória profissional?

Roni Bueno: Sou formado em Propaganda e Marketing pela ESPM, e CEO e fundador da aceleradora Organica. Estive à frente do marketing da Netshoes, entre 2007 e 2012, quando auxiliei o negócio de um varejista com uma loja online para um e-commerce purely play de R$ 2 bilhões. Durante os dois primeiros anos, toquei a iniciativa sozinho.

Em meados de 2016 abri a empresa para o também paulistano Renato, jornalista formado pela PUC, e a carioca Priscilla Erthal, diplomada em Publicidade pela PUC, mas do Rio de Janeiro, que chegou ao negócio no final do mesmo ano, assumindo a operação na capital fluminense. Ambos trabalharam juntos na Netshoes. No ano passado, eu e o Renato escrevemos a obra: “Mude ou Morra: Tudo o que você precisa saber para fazer crescer o seu negócio e sua carreira na nova economia”.

Hoje temos novos sócios, como Maurício Alexandre (performance), Luciane Aquino (inovação e produtos), Pedro Paulo Moraes (builder), Andrea Dietrich (branding e transformação digital), Valéria Novas (gestão de pessoas e CRM), Bruno Tataren (conhecimento), entre outros líderes de negócio e especialistas que estão engajadas para auxiliar o crescimento de negócios.

Um ponto importante é que no começo considerava um projeto pessoal, e somente com a entrada do Renato e da Priscilla é que realmente fundamos a Organica tal como é. É um ponto importante!

Desde quando a Organica existe e o que motivou a criação da aceleradora?

R.B.: A Organica foi fundada em 2014 e trabalha com o propósito de auxiliar o crescimento de pessoas e negócios, buscando soluções para as companhias se adaptarem à realidade de um mercado cada vez mais influenciado por inovações de ferramentas digitais. A ideia é aproveitar as muitas janelas de oportunidade e não se acomodar a modelos ultrapassados de negócio.

Diversas grandes companhias não acompanharam as mudanças e, com isso, fecharam as portas nos últimos anos, tal como a BlockBuster, Kodak e o My Space. Outras entenderam que na Nova Economia, as regras do jogo são diferentes. A Organica nasceu para ajudar ambas: fazer com que as antigas empresas encontrem oportunidades no mundo digital e ajudar as novas empresas a crescerem de forma exponencial e sustentável dentro da Nova Economia.

Como escolhem as pessoas e negócios que podem ser acelerados?

R.B.: Quando conhecemos um novo cliente, ele passa por uma entrevista com o trio de fundadores, na qual avaliamos as dificuldades, oportunidades, aspirações e também quem está mais indicado para cuidar da conta. Em seguida, há a fase de imersão, que dura cerca de um mês, para entender como a empresa funciona e em que pontos ela pode ser acelerada. Definido isso, cria-se uma estratégia de aplicação em ciclos curtos.

Entre os cases que vocês já atenderam há o Banco Modal e o Dr. Consulta. Poderiam falar um pouco deles?

R.B.: O desafio no Banco Modal era auxiliar, moldar mais, pois era uma pequena startup dentro de um banco tradicional formada por cinco pessoas. Nós auxiliamos toda a estruturação de cultura, gestão e máquina de vendas.

Hoje, a Modal se tornou uma das principais corretoras do mercado e virou um banco digital onde trabalham centenas de profissionais. O Dr. Consulta estava em uma fase de forte expansão e nós ajudamos na estruturação do marketing, na cultura, na experiência e em uma máquina de vendas que tinha um desafio de fazer break-even, ou seja, um equilíbrio das novas unidades no primeiro mês.

Poderiam citar alguns outros casos que destacariam?

R.B.: Como Aceleradores de Negócios, atuamos como “companheiros de viagem”, ajudando nos pontos mais críticos e de maior sensibilidade para o crescimento. As Aceleradoras de Startup são diferentes de nós. Elas atuam nos primeiros ciclos de vida dando noções e ferramentas básicas para seus próximos anos.

Como enxergam o mercado de startups hoje no Brasil e o papel das aceleradoras para dar sustento a elas?

R.B.: O sucesso de uma startup está muito relacionado a entender o cenário e suas constantes mudanças e, com isso, se adaptar. A gente tem uma estatística que mostra que, hoje, no Brasil, a cada 10 startups que nascem, sete a oito não chegam ao quinto ano de vida.

As pessoas acreditam que a partir de uma grande ideia já terão um excelente resultado. O empreendedor de sucesso não é aquele que tem uma ótima ideia, mas o que aprende mais rápido e resolve problemas e dores.

Teriam algumas dicas ou sugestões para quem empreende na Nova Economia e gostaria de acelerar o negócio?

R.B.: Minha dica para quem vai empreender é sempre ter um propósito de user centered. Eu vejo muitos negócios começando com o propósito de ganhar dinheiro em tiro curto, pois é muito fácil se desmotivar quando somente dinheiro interessa.

Eu vejo propósitos alinhados à marca como, por exemplo, pessoas que vão trabalhar em uma marca ou em uma startup, e, no final, veem que é uma empresa como qualquer outra, tendo desafios, trazendo desmotivação.

Outra dica é que, ao longo desse tempo, é preciso entender novos modelos de gestão e não aplicar em startup padrões tradicionais de gestão. É um erro clássico e sempre é preciso ter muito claro a cultura desde o princípio, pois algumas startups se perdem no crescimento por causa de cultura. Acho importante citar, o que são para mim, os sete princípios essenciais para empresas e profissionais: 1º) Cultura do cliente; 2º) Sim, é possível; 3º) O novo sempre vem; 4º) Vamos errar; 5º) Postura de dono; 6º) Viva bem no desconforto; e 7º) Foco e obsessão.

Há algumas recomendações que por ventura vocês tenham aprendido e evitariam hoje?

R.B.: Escolha muito bem seus sócios e nutra essa relação constantemente com eles, de alinhamento e entendimento, pois vocês terão discussões, mas se o propósito estiver alinhado vocês vão longe, pois estatisticamente 56% dos membros que vêm do exterior param ou quebram por conflito entre os sócios.

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