A Light não deverá passar por um processo de caducidade do contrato de concessão de sua distribuidora, avaliou à Reuters Hélvio Guerra, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e relator de um processo sobre o tema.
De acordo com Guerra, a situação da companhia fluminense de energia elétrica, que entrou em recuperação judicial neste ano, “tem solução” e pode envolver um potencial aporte de capital por parte dos acionistas.
“Estou avaliando com minha equipe, mas não acredito na caducidade… A empresa tem cumprido os indicadores de qualidade como DEC e FEC (duração e frequência de interrupções no fornecimento de energia) e, em até um mês, devemos ter uma posição”, afirmou à Reuters.
Segundo o diretor, o processo que trata da possibilidade de caducidade da concessão da Light deverá ser apreciado pela diretoria da Aneel ainda neste ano.
“Acredito que há solução para o caso da Light; tem tendência de aporte de grandes acionistas”, acrescentou.
O grupo Light entrou em recuperação judicial em maio, alegando passivos bilionários em sua distribuidora e perdas expressivas de energia provocadas por furtos e roubos em sua área de concessão, que engloba mais de 30 cidades do Estado do Rio de Janeiro.
O plano da RJ ainda precisa ser aprovado pelos credores da companhia, uma negociação que tem sido conflituosa.
Em meio a esse processo na Justiça, a Light passou por uma reformulação de seu conselho de administração após a chegada de um novo acionista de peso, a gestora WNT, ligada ao empresário Nelson Tanure.
Neste mês, o colegiado aprovou a elaboração de um plano visando a saída da Light da recuperação judicial, caminho que envolveria ainda a apresentação de uma proposta aos credores da companhia.
O diretor da Aneel disse não acreditar na possibilidade de desistência da recuperação judicial.
“Não acredito nessa possibilidade… Estão tentando um acordo com credores. Acho que não faz sentido sair da RJ”, adicionou.
A recuperação judicial da Light ocorre em meio ao processo de renovação de uma série de concessões de distribuição de energia.
A empresa já manifestou ao governo interesse em antecipar a renovação de sua concessão, bem como solicitou à agência reguladora uma revisão extraordinária de tarifas, com o objetivo de elevar suas receitas.