O dólar à vista passou a registrar leve alta nesta segunda-feira depois de abrir perto da estabilidade, com foco no cenário externo, onde a China decepcionou o mercado com corte menor de juros mas os preços do petróleo têm alta firme.
Às 10:16 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,33%, a 4,9831 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,17%, a 4,9935 reais.
O dólar abriu a sessão com leve viés de baixa, mas muito perto da estabilidade, enquanto no exterior a divisa apresentava leves perdas ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities, assim como em relação a divisas fortes.
A China surpreendeu os investidores globais com corte de juros menor que o esperado. A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) foi reduzido em 10 pontos base, para 3,45%, enquanto a LPR de cinco anos ficou em 4,20%.
Em uma pesquisa da Reuters com 35 observadores do mercado, todos os participantes previam cortes em ambas as taxas. O corte de 10 pontos na taxa de um ano foi menor que os 15 pontos esperados pela maioria dos entrevistados.
“Há muitos motivos que podem estar por trás desta decisão. Entre eles, a proteção do iuan, que recentemente sofreu novas pressões, e a estabilidade do sistema financeiro”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, em comentário enviado a clientes.
Se por um lado o estímulo monetário à economia chinesa foi menor que o esperado — o que em tese pesa sobre moedas de países exportadores de commodities — por outro a alta do petróleo no exterior traz certo suporte às divisas de exportadores da matéria-prima.
Considerando estes dois fatores, o dólar à vista passou a sustentar leves ganhos ante o real no início do dia, após abertura com viés negativo.
No Brasil, o dia é de agenda esvaziada, mas o mercado está atento à reunião dos países que fazem parte dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Johanesburgo, de 22 a 24 de agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à capital da África do Sul na manhã desta segunda-feira.
A expectativa é de que, em meio à pressão mais recente de alta para o dólar, os participantes da cúpula voltem a discutir o papel da moeda norte-americana como referência das transações globais.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9665 reais na venda, com queda de 0,31%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de outubro de 2023.