O dólar (USDBLR) subia marginalmente contra o real nesta quarta-feira, com investidores fazendo uma pausa após vendas intensas da moeda norte-americana na véspera, quando a agência de classificação de risco S&P elevou a nota de crédito do Brasil, e com o mercado no aguardo de dados de inflação dos Estados Unidos.
Às 10:09 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,10%, a 4,8702 reais na venda.
Na B3, às 10:09 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,04%, a 4,8660 reais.
“A elevação de ‘rating’ do país traz algum movimento de inclinação ao risco, e acho que o mercado está se apoiando neste cenário doméstico para sustentar o câmbio em torno de 4,85”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
A agência de classificação de risco S&P elevou na terça-feira a nota de crédito de longo prazo do Brasil para “BB”, de “BB-“, afirmando que a aprovação da reforma tributária pelo Congresso estende o histórico dos últimos anos de implementação de “políticas pragmáticas” no país.
Por outro lado, limitando o espaço para valorização do real, os negócios eram permeados por movimento sazonal de fluxo de saída e busca por proteção na última semana completa de negócios do ano, disse Bergallo, citando ainda movimento de realização de lucros após a queda do dólar na véspera, quando fechou o dia cotado a 4,8652 reais na venda, em baixa de 0,78%.
É normal, após movimentos acentuados da moeda norte-americana, haver correções pontuais no sentido oposto nas sessões seguintes.
Conforme o ímpeto do mercado doméstico esfriava, investidores começavam a retornar suas atenções para dados econômicos dos EUA, com uma importante leitura de inflação agendada para sexta-feira.
Caso mostrem novo arrefecimento nas pressões de preços nos EUA, os dados podem reforçar a visão do mercado de que o Federal Reserve começará a reduzir os juros já no primeiro trimestre do ano que vem, perspectiva que tem favorecido moedas emergentes nas últimas semanas.
Embora o mercado siga convencido de que os juros cairão em breve, falas recentes de dirigentes do Fed buscaram conter as expectativas de um rápido afrouxamento monetário. “Eles ressaltaram que a inflação ainda está forte por lá, o que apoiaria então juros mais altos por mais tempo”, disse Bergallo.