Após cair 1% na véspera, o dólar (USDBLR) à vista fechou a terça-feira em alta ante o real, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também subia ante outras divisas de emergentes, e com investidores posicionados à espera dos dados de inflação nos EUA, que saem na quarta-feira.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9543 reais na venda, com alta de 0,48%.
Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,37%, a 4,9650 reais.
A moeda norte-americana oscilou em alta ante o real durante todo o dia, com alguns investidores realizando lucros, após a forte queda da véspera, e recompondo posições compradas no mercado futuro, à espera do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, a ser divulgado na quarta.
O mercado futuro é o mais líquido no Brasil e, no limite, é o que define as cotações no segmento à vista. Posições compradas são no sentido de alta para o dólar.
“O mercado está em modo de cautela antes dos dados de inflação dos EUA amanhã (quarta-feira). Os investidores preferem esperar o relatório antes de definir uma tendência”, comentou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
“Nossa expectativa é de que o índice principal (de inflação) deva continuar subindo, mas que o núcleo continue caindo em agosto, o que deve fazer com que os mercados abracem a narrativa de que as taxas de juros nos EUA atingiram o pico. Neste caso, o dólar tenderia a ficar mais fraco”, acrescentou Moutinho.
Na mínima da sessão, às 9h13, o dólar à vista foi cotado a 4,9339 reais (+0,06%). Na máxima, às 10h29, marcou 4,9700 reais (+0,80%).
A realização de lucros e a expectativa em torno dos dados norte-americanos acabaram por se sobrepor à influência do IPCA. A inflação oficial do Brasil disparou ajustes na curva de juros, mas ficou em segundo plano no mercado de câmbio.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, depois de alta de 0,12% em julho, resultado abaixo da expectativa apontada em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,28%.
A inflação de serviços, acompanhada de perto pelo BC, mostrou um cenário mais benigno ao desacelerar para 0,08% em agosto, ante 0,25% em julho. O grupo de Alimentação e Bebidas mostrou queda pelo terceiro mês consecutivo, de 0,85%.
No exterior, em meio à expectativa pelos dados da inflação norte-americana, o dólar subia ante a maior parte das divisas de países emergentes ou exportadores de commodities. A moeda também apresentava ganhos ante divisas fortes.
Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,15%, a 104,730.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de novembro.