O dólar (USDBLR) à vista fechou a sexta-feira praticamente estável ante o real, depois de ter sustentado leves perdas durante a maior parte da sessão sob influência do exterior, onde o viés também era de baixa para a moeda norte-americana após a divulgação de dados positivos sobre a economia chinesa.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8716 reais na venda, com variação negativa de 0,02%. Na semana, a moeda acumulou queda de 2,21%.
Na B3, às 17:18 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,08%, a 4,8835 reais.
Pela manhã, o dólar chegou a sustentar leves ganhos ante o real em alguns momentos, mas o viés negativo para a moeda acabou prevalecendo, assim como ocorria no exterior.
Os dados divulgados pela China considerados positivos deram força a moedas de países exportadores de commodities, como o real, em meio à leitura de que a economia do gigante asiático começa a reagir a estímulos recentes.
A Agência Nacional de Estatísticas informou que a produção industrial chinesa aumentou 4,5% em agosto em relação ao mesmo mês do ano anterior, acelerando ante o ritmo de 3,7% de julho e superando as expectativas de aumento de 3,9% em pesquisa da Reuters com analistas.
As vendas no varejo aumentaram 4,6% em agosto, no crescimento mais rápido desde maio. Isso se compara a um aumento de 2,5% em julho e a uma alta esperada de 3%.
“Os indicadores mais recentes mostram que o que foi feito de política econômica na China está começando a aparecer agora”, pontuou Alex Martins, analista de câmbio da Nova Futura. “E o fluxo cambial no Brasil é mais favorável justamente na via comercial. Então, qualquer número positivo na China tem um impacto muito grande na cotação do dólar.”
Martins cita ainda a política monetária dos EUA como um fator favorável à queda recente do dólar ante o real.
Segundo ele, os números do mercado de trabalho norte-americano elevaram a percepção de que o Federal Reserve pode não subir mais os juros, o que tem pesado nas cotações do dólar.
A sexta-feira também foi marcada por nova alta do petróleo no mercado internacional um fator que, segundo analistas ouvidos pela Reuters nos últimos dias, tem contribuído para a valorização do real em detrimento do dólar.
Ainda que os principais fatores de influência para o dólar fossem baixistas, a divisa à vista oscilou em margens estreitas no Brasil e encerrou praticamente estável.
No exterior, o dólar registrava leves perdas ante as divisas fortes no fim da tarde.
Às 17:18 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,07%, a 105,340.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de novembro.