O dólar (USDBLR) tinha leve queda frente ao real nesta quinta-feira, com investidores digerindo o IPCA de dezembro e um índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos um pouco mais forte do que o esperado no âmbito geral, mas com desaceleração do núcleo anual da inflação.
Às 11:04 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,08%, a 4,8879 reais na venda.
Na B3, às 11:04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 4,9000 reais.
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em dezembro uma vez que os aluguéis mantiveram a tendência de alta, o que poderia adiar um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,3% no mês passado, depois de ter avançado 0,1% em novembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Nos 12 meses até dezembro, os preços ao consumidor aumentaram 3,4%, depois de alta de 3,1% em novembro. Economistas consultados pela Reuters previram altas de 0,2% no mês e de 3,2% na comparação anual.
Por outro lado, o chamado núcleo do índice de preços, que exclui componentes voláteis, manteve o ritmo de alta de 0,3% no mês e desacelerou o ganho anual para 3,9%, de 4,0% em novembro, o que ajudava a ancorar o sentimento do mercado.
“No primeiro momento, o mercado reagiu negativamente, mas, se você parar para fazer uma leitura do dado em si, o fato de o núcleo ter vindo em linha é um fator minimamente positivo”, disse Lucca Ramos, sócio da One Investimentos, sobre a reação benigna do mercado doméstico aos dados dos EUA.
Além disso, no Brasil, a inflação ao consumidor encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62% e voltou a ficar abaixo do teto da meta depois de dois anos seguidos de estouro do objetivo.
O resultado foi mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters de um avanço de 4,54% nessa base de comparação, mas ainda ficou aquém do que se esperava no início de 2023.
No mês, o IPCA também superou as expectativas ao acelerar a 0,56%, de 0,28% em novembro. A taxa esperada em pesquisa da Reuters era de 0,48%.
“Mês de dezembro tem uma pressão dos alimentos, houve também pressão de passagens aéreas, então imagina-se que a moderação inflacionária no Brasil mantenha o seu curso a partir do mês de janeiro, de forma que não interfira na estratégia do Banco Central de continuar os cortes da taxa Selic” no ritmo atual de 0,50 ponto percentual por reunião, disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8919 reais na venda, em baixa de 0,30%.