O dólar (USDBLR) passou a subir frente ao real nesta segunda-feira, com o foco de investidores passando para dados econômicos agendados para os próximos dias desta semana, uma vez que o pregão em si trazia poucos catalisadores, enquanto riscos fiscais domésticos continuavam no radar.
Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,40%, a 4,9340 reais na venda, em linha com a alta moderada do índice da moeda norte-americana frente a uma cesta de pares fortes.
Na B3, às 10:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,63%, a 4,9430 reais.
Em sessão de agenda esvaziada, investidores se concentravam nas expectativas por uma série de dados econômicos desta semana, bem como por discursos de autoridades do Federal Reserve, em busca de sinais sobre a trajetória das taxas de juros, em meio às crescentes expectativas de que o Fed não aumentará mais os custos dos empréstimos e cortará os juros já no ano que vem.
Espera-se que dados de inflação de terça-feira, por exemplo, mostrem que os preços ao consumidor nos Estados Unidos desaceleraram a alta para 3,3% em outubro, de 3,7% em setembro. No entanto, o núcleo da inflação deve permanecer inalterado em relação ao mês anterior.
“Os dados de inflação serão um teste importante para a narrativa de que o Federal Reserve começará os cortes na taxa de juros já no segundo trimestre do próximo ano –uma visão contrária à qual os próprios funcionários do Fed estão comunicando”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
Num geral, quanto mais altos os custos dos empréstimos nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que investidores passam a mostrar maior interesse pelo extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.
Enquanto isso, no Brasil, investidores continuavam de olho no risco fiscal, em meio a discussões sobre a possibilidade de mudança do objetivo fiscal para 2024 devido à dificuldades do governo em aumentar a arrecadação.
Na semana passada, fontes afirmaram à Reuters que o governo manterá, ao menos por enquanto, a busca pelo primário zero para que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha tempo de negociar a aprovação de medidas que ampliem a arrecadação, numa tentativa de evitar a mudança do parâmetro.
Participantes do mercado, no entanto, não pareciam muito esperançosos. “A discussão principal agora não é se a meta será alterada, mas para quanto”, disseram analistas da Guide Investimentos em nota a clientes.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9142 reais na venda, em baixa de 0,54%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2023.