O dólar (USDBLR) passou a subir frente ao real nesta segunda-feira, em sessão sem grandes catalisadores e de liquidez reduzida devido a feriado nos Estados Unidos, com o foco de investidores ficando nas notícias da China e na pauta política doméstica, em meio às negociações sobre a reoneração gradual da folha de pagamento.
Às 10:12 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,42%, a 4,8771 reais na venda.
Na B3, às 10:12 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,44%, a 4,8865 reais.
“É dia de feriado nos Estados Unidos, do Dia de Martin Luther King (Jr.), o que pode atrapalhar a liquidez no mercado global, e o que também deve (provocar) reações mais bruscas em determinadas operações no mercado de moedas”, disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes rondava a estabilidade. Em sessão sem catalisadores nos EUA, investidores voltavam a atenção para a China, onde o banco central surpreendeu os mercados ao deixar sua taxa de juros de médio prazo inalterada.
A expectativa era de que a segunda maior economia do mundo cortaria os custos dos empréstimos de forma a impulsionar a economia, mas um iuan mais fraco limitou o escopo do afrouxamento monetário no curto prazo.
Na esteira dessa notícia, os contratos futuros do minério de ferro, commodity à qual o real é sensível, caíram pela segunda sessão consecutiva nesta segunda-feira.
Ao longo da semana, as atenções irão se voltar para dados sobre o crescimento na China no quarto trimestre, inflação no Reino Unido e vendas no varejo nos EUA, cujas divulgações acontecem todas na quarta-feira.
Enquanto isso, no Brasil, segue no radar a questão da desoneração da folha de pagamento. Circulavam na mídia nesta segunda-feira informações de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irá se reunir mais tarde com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar do tema, embora a agenda oficial do ministro não preveja esse encontro.
“Haddad com certeza tentará diminuir os ruídos e as resistências do Congresso para o tema da MP da desoneração”, disse Riauba, da StoneX.
A pressão de parlamentares para manter a desoneração levou de volta ao debate o plano de taxar remessas internacionais de até 50 dólares como forma de compensar o benefício, disseram à Reuters fontes do governo, enquanto o Ministério da Fazenda insiste que a medida provisória da reoneração seja mantida para assegurar o déficit zero este ano.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8567 reais na venda, em baixa de 0,39%.