O aumento na demanda por jatos executivos durante a pandemia não diminuiu, e a Embraer (EMBR) ainda tem um “backlog” de dois anos para as aeronaves, disse um executivo à Reuters.
A fabricante brasileira de aeronaves espera entregar até 130 jatos particulares em 2023, um aumento de 27,5% em relação ao ano anterior, atingindo o maior número desde 2010. A aviação privada teve um “boom” durante a pandemia de Covid-19, com viajantes de alto poder aquisitivo buscando minimizar a exposição ao coronavírus.
Mas mesmo após a redução dessa ameaça, a Embraer manteve uma relação “book-to-bill” de mais de 2,5, afirmou Gustavo Teixeira, chefe de vendas para a América Latina, em uma entrevista antes do evento aeronáutico LABACE em São Paulo.
Muitos clientes de voos fretados agora estão buscando comprar suas próprias aeronaves, disse ele.
“A gente trabalha aumentando a produção para atender essa nova demanda”, disse Teixeira, observando que cerca de 30% dos clientes da Embraer estão comprando seu primeiro jato particular.
“Eles voavam aviação comercial, passaram a voar aviação executiva — seja por fretamento, seja por alguma outra referência — e estão se lançando no primeiro avião”, disse ele.
Esses clientes permanecerão como proprietários de aviões particulares e farão upgrade para jatos mais caros a partir daqui, acrescentou.
Os jatos da Embraer vão desde modelos de entrada, como o Phenom 100EV, até modelos super mid-size, como o Praetor 600.
O Phenom 300E, seu modelo mais vendido, é líder global na categoria de jatos leves, e a Embraer recentemente ganhou um grande pedido de 250 aeronaves da Berkshire Hathaway’s NetJets para seu modelo mid-size Praetor 500.
O “boom” dos jatos executivos foi uma base de salvação para a empresa durante a pandemia, quando os pedidos de aeronaves comerciais diminuíram devido às restrições globais de viagem, o que afetou fortemente esse mercado.
A participação da aviação executiva na receita da Embraer atingiu o pico de 28,5% em 2020, acima dos 22,3% em 2018. Atualmente, está em torno de 27%, à medida que a aviação comercial se recupera.
A empresa entregou 38 aviões executivos até agora em 2023, mas esse número aumentará na segunda metade do ano por razões sazonais.
“A demanda mantém o momentum”, disse Teixeira. “Houve aquele ciclo de expansão que a gente notou muito forte em 2021 e 2022 e em 2023 a gente vê ele se mantendo nesse novo patamar.”
Outros players importantes no mercado de jatos executivos incluem Citation da Cessna,