O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que o governo vai trabalhar para que as companhias aéreas Gol (GOLL4) e Latam (LTM; LTMAY) comprem aeronaves da fabricante brasileira Embraer (EMBR3), assim como a concorrente Azul (AZUL4) já faz.
“Vamos fazer uma parceria muito bem equilibrada para que a Embraer dê certo, para que a Azul dê certo, para que a Gol volte a comprar avião da Embraer, para que a Latam volte a comprar avião da Embraer, para que o governo volte a comprar os aviões que precisa comprar”, afirmou Lula em visita à fábrica da Embraer, em São José dos Campos (SP), destacando também a necessidade de renovar a frota do governo, que, segundo ele, “está muito ruim”.
Lula também defendeu que se busque ofertar uma quantidade maior de voos regionais no Brasil, ecoando palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que o governo agirá para tornar a aviação regional parte do “dia a dia” do brasileiro.
Mais cedo no evento, o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, disse que a companhia aérea vai investir 3 bilhões de reais somente em aeronaves da Embraer em 2024.
Lula também criticou a busca por engenheiros da Embraer por parte da concorrente Boeing, dizendo que o governo precisa atuar para proteger as empresas brasileiras desse tipo de assédio.
Haddad quer estímulos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que a reforma tributária já prevê forte estímulo à aviação regional, mas indicou que o governo ainda encaminhará ao Congresso sugestões para permitir que o setor possa fazer parte do “dia a dia do brasileiro”.
Ao acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita à fábrica da Embraer, em São José dos Campos (SP), Haddad disse que o Brasil precisa de mais serviços aéreos e que “ajudar a aviação regional é ajudar a Embraer”.
Segundo Haddad, em reunião com executivos da Embraer e da Azul nesta tarde, foi discutido se o projeto de lei complementar de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, encaminhado ao Congresso nesta semana, merecia algum “ajuste”, e sua conclusão foi que sim.
“Vamos fazer chegar ao Congresso as sugestões para que a aviação regional, que tem alíquota diferenciada na emenda constitucional, e portanto tem um estímulo adicional, possa passar a fazer parte do dia a dia do brasileiro”, disse Haddad em discurso.
“Se a gente não entender que o Brasil precisa de mais serviços aéreos, a gente vai ficar para trás”, acrescentou o ministro, ao ressaltar que o país tem dimensões continentais com forte demanda por voos também fora das capitais.