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GWM lança 1º elétrico da marca no Brasil e já opera no azul no país, diz executivo

A montadora chinesa Great Wall Motor (GWM) lançou nesta quinta-feira seu primeiro carro totalmente elétrico no Brasil

by Reuters
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A montadora chinesa Great Wall Motor (GWM) lançou nesta quinta-feira seu primeiro carro totalmente elétrico no Brasil, sua principal aposta internacional, ampliando a gama de modelos enquanto se prepara para iniciar produção local no próximo ano.

O carro lançado nesta quinta-feira, Ora 03, é um hatchback de traços arredondados, voltado para uso urbano, que tem como um dos principais públicos atuais compradores de veículos da marca interessados em um modelo de porte e preços menores que os utilitários híbridos Haval, que começaram a ser vendidos no Brasil em abril. A autonomia divulgada pela montadora é de 310 a 400 quilômetros a depender da versão.

A GWM projeta investimentos de 10 bilhões de reais no Brasil, dos quais 6 bilhões em três anos até 2025, e comprou em 2021 a fábrica de carros da Merdeces-Benz no interior de São Paulo que começará a produzir uma picape elétrica ainda não lançada pela marca em 2024.

O lançamento da GWM ocorre em um momento em que a rival também chinesa BYD segue em tratativas com o governo da Bahia para a instalação de seu complexo fabril no país, com expectativa de iniciar produção entre o final do próximo ano e início de 2025 e plano de investimento de 3 bilhões de reais.

“Estamos com vendas de 1.000 veículos por mês, bem acima do esperado, está 50% acima do nosso plano mais agressivo”, disse o vice-presidente de operações da GWM no Brasil, Oswaldo Ramos, em entrevista à Reuters. “Este mês deveremos passar de 1.000”, acrescentou, se referindo aos emplacamentos totais da montadora no país, que depende apenas de importações enquanto a fábrica em Iracemápolis (SP) não fica pronta.

Segundo ele, o volume já tem feito a companhia fechar as contas no azul no país, e ajudado na previsão da empresa de encerrar 2023 com resultado positivo, apesar dos primeiros faturamentos terem sido registrados apenas em abril. Ramos não mencionou números, mas citou que a expectativa inicial da empresa era de vendas de cerca 700 veículos por mês no país.

Com o lançamento do Ora 03, a GWM amplia seu mercado potencial no país, uma vez que os Haval são vendidos no patamar de 200 mil a 300 mil reais e o hatch elétrico sai por entre 150 mil e 184 mil reais. A empresa também se posiciona com um veículo que é um dos mais baratos do país em sua categoria, competindo com rivais como o Dolphin, recém lançado pela BYD.

“Vai ter um boom de elétricos no Brasil nos próximos dois anos. A demanda está muito forte e isso tem criado uma infraestrutura mínima”, disse Ramos, que antes de ingressar na GWM estava no grupo Stellantis.

Segundo Ramos, com o lançamento do Ora 03, a GWM passa a mirar um mercado formado 800 mil carros por ano no Brasil que atualmente estão na faixa de preço do modelo, incluindo os a combustão.

As vendas de elétricos e híbridos têm passado por forte crescimento no Brasil nos últimos meses, mas ainda representam uma parcela pequena do mercado total. Segundo dados da associação de montadoras, Anfavea, os emplacamentos do segmento somaram 39,6 mil veículos de janeiro a julho deste ano, cerca de 70% acima do volume licenciado em 2022. Enquanto isso, o mercado como um todo de carros e comerciais leves apresentou crescimento de cerca de 12,5%, a 1,15 milhão de unidades.

“Quando chegar a 100 mil unidades, aí o mercado explode”, afirmou o executivo.

Atualmente, a GWM tem no Brasil 35 concessionárias abertas, com planos de expandir para 50 até o final do ano e chegar a cerca de 130 até o fim de 2024.

Além da rede de concessionários, a empresa está trabalhando na localização de componentes importantes dos veículos que incluem motores e baterias. Atualmente, a GWM tem uma parceria com a Weg voltada a carregadores das baterias, mas Ramos afirmou que a empresa brasileira “tem potencial para ser fornecedora local de baterias e motores”.

“Estamos ainda (GWM) em maturação, tudo depende de escala, mas a tendência é muito positiva”, disse o executivo. Segundo ele, enquanto uma fabrica de carros populares precisa de um volume mínimo de 100 mil veículos por ano para se viabilizar, no caso dos modelos “premium” produzidos pela empresa esse volume cai para 15 mil veículos.

Ramos não informou expectativa de vendas para o Ora 03, mas afirmou que a pré-venda do carro já tem “centenas de pessoas” que registraram interesse no modelo, sendo 50% já clientes da marca.

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