Lewis Hamilton disse que se sentiu “incrivelmente orgulhoso” ao ver o atacante Vinicius Júnior, do Real Madrid, receber o Prêmio Sócrates deste ano na cerimônia da Bola de Ouro e prometer continuar se manifestando contra o racismo.
O brasileiro, que sofreu ofensas raciais em jogos do campeonato espanhol nas últimas duas temporadas, foi reconhecido por criar uma fundação que está construindo escolas em áreas pobres e investindo na educação no Brasil.
“É realmente notável ver pessoas que estão enfrentando esses desafios e sendo corajosas diante deles”, disse Hamilton à Reuters nesta quarta-feira, em entrevista antes do Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1 neste fim de semana.
O britânico de 38 anos, único piloto negro da categoria, já havia demonstrado apoio a Vinicius quando ele foi alvo de ofensas raciais por parte de torcedores em um jogo no Estádio Mestalla, em Valência, este ano, classificando o episódio de “devastador”.
Condecorado em seu próprio país, Hamilton também recebeu cidadania brasileira honorária no ano passado e conheceu o atacante de 23 anos no Grande Prêmio da Itália deste ano.
“Foi uma verdadeira honra conhecê-lo, ele trouxe uma energia tão grande para a equipe”, disse o piloto da Mercedes, conhecido por seu ativismo social, incluindo a defesa de grupos minoritários e causas ambientais.
Vinicius, o único brasileiro entre os 10 primeiros indicados à Bola de Ouro deste ano, disse na segunda-feira, ao receber o Prêmio Sócrates das mãos do Príncipe de Mônaco, que vai permanecer forte na luta contra o racismo.
O Instituto Vini Jr., criado em 2020, tem como objetivo usar a popularidade do futebol para auxiliar em inovações no ensino e aprendizagem nas escolas públicas brasileiras.
A expectativa é que até 15 escolas e 10.000 alunos sejam beneficiados até o final de 2023.
Hamilton elogiou o astro do futebol por liderar através do exemplo.
“Estou muito grato por ele ter sido reconhecido e bem recebido”, disse o britânico. “E ganhar esse prêmio não só por ser um grande atleta, mas por ser um grande porta-voz das pessoas e da cultura, acho que é muito honroso”.