O presidente da Arezzo&Co (ARZZ3), Alexandre Birman, ressaltou nesta segunda-feira que uma das principais sinergias da associação com o Grupo Soma (SOMA3) para a formação da maior “house of brands” da América Latina virá da criação de calçados, bolsas e acessórios para marcas Farm, NV, Animale e Hering.
O executivo, que será o CEO da nova companhia, preferiu não divulgar valores relacionados às sinergias da operação, mas afirmou, ao lado do presidente do Grupo Soma, Roberto Jatahy, em apresentação a analistas e investidores, que estavam “muito convictos de que os números fazem bastante sentido”.
Birman chamou atenção particularmente para o efeito potencialmente positivo da criação de calçados, bolsas e acessórios para as marcas do Grupo Soma, aplicando a mesma metodologia utilizada pela Reserva, marca do grupo Arezzo&Co.
Ele também citou a otimização do parque fabril da Hering (do Grupo Soma) e o ganho de escala em negociações, além da gestão do canal de franquias, com aperfeiçoamento nas franquias Hering e desenvolvimento do canal na marca Farm e outras do Grupo Soma.
As redes de varejo de moda anunciaram mais cedo em fato relevante um acordo de “associação” para formar uma empresa com faturamento de 12 bilhões de reais cujos acionistas da Arezzo&Co controlarão 54% e os do Grupo Soma deterão os 46% restantes.
A expectativa dos executivos é de que a nova companhia, que deve ser batizada até junho, comece a capturar essas sinergias a partir de 2025, data esperada para a conclusão do negócio, que entre outras condições, depende de aprovação de acionistas e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Para o CFO da Arezzo&Co, Rafael Sachete, citando a opinião dos assessores, o acordo não será uma questão complexa de aprovação dentro do Cade.
Internacional
Jatahy também chamou a atenção para o mercado internacional, ressaltando que “ganhar e aumentar o mercado endereçável é fundamental”, principalmente na América Latina, mas também em outras regiões como os Estados Unidos, onde a marca Farm Rio, do Grupo Soma, também está presente.
Birman disse que há ainda uma capacidade hoje de uma liderança da Farm nos EUA, que vai agregar valor ao negócios das marcas Schutz e Alexandre Birman (da Arezzo&Co) nos EUA, mas que “também existem outras marcas para avaliar a sua capacidade” de internacionalização.
Os executivos afirmaram que não pretendem se desfazer de nenhuma das 34 marcas, com Jatahy, que na nova companhia chefiará a unidade de vestuário feminino, dizendo ainda que “as oportunidades de M&A são grandes” nessa vertical, que é mais pulverizada, onde a nova empresa tem menos “market share”.
Tampouco Birman avaliou que haverá uma “canibalização” entre os portfólios da companhias, ou que haverá combinação de mais de uma marca em uma mesma loja, por exemplo. “As marcas são completamente independentes, têm seu DNA, sua vida e vão funcionar dessa forma”, afirmou.