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Ibovespa fecha em alta e quebra série de quedas com Fed e Copom sob holofote

O Ibovespa subiu 0,86%, a 118.864,2 pontos, encerrando uma sequência de três pregões de queda

by Reuters
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O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quarta-feira, voltando a superar os 119 mil pontos na máxima da sessão, mesmo após o Federal Reserve reiterar a projeção para os juros ao fim de 2023 em 5,6%, o que implica mais uma alta até o fim do ano, e elevar o prognóstico para a taxa de juros ao fim de 2024.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,72%, a 118.695,32 pontos, após os ajustes finais, encerrando uma série de três pregões de queda. No melhor momento do dia, já após o anúncio do Fed, chegou a 119.615,7 pontos, reduzindo o fôlego perto do fechamento.

O volume financeiro somou 20 bilhões de reais.

O banco central dos Estados Unidos manteve a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano e ressaltou no comunicado que acompanhou a decisão que a “inflação continua elevada”, o que não trouxe muitas novidades, diferentemente das projeções econômicas dos integrantes do Fed.

A estimativa para os juros no final de 2023 foi mantida, mas a previsão para o final de 2024 passou a 5,1%, ante 4,6% previstos anteriormente.

Ao mesmo tempo, os prognósticos para o PIB melhoraram, assim como as projeções para a taxa de desemprego, reduzidas para este e o próximo ano.

Mas, a partir daí, as projeções trimestrais atualizadas do Fed mostram que os juros cairão apenas 0,5 ponto percentual em 2024 (Imagem: Reprodução/X´S/@federalreserve)
A “inflação continua elevada” (Imagem: Reprodução/X´S/@federalreserve)

“Implicitamente, o Fed está passando um sinal muito forte de que o cenário base deles é de um pouso suave da economia” afirmou o economista-chefe da Oriz Partners, Marcos de Marchi.

Em entrevista coletiva, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que, embora algumas coisas estejam fora do controle do BC dos EUA, há uma boa chance de que os aumentos agressivos dos juros não levem a economia norte-americana a uma recessão. “Sempre achei que o pouso suave era uma perspectiva plausível”, disse.

Segundo o economista-sênior do Inter, André Cordeiro, as projeções mostram que, para o Fed, juros elevados por mais tempo serão necessários para garantir a convergência da inflação.

Ele, contudo destacou que o chamado “dot plot”, que mostra estimativas de membros do Fed sobre em que ponto os juros devem estar ao fim deste e outros anos, revelou uma divisão clara entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do BC norte-americano.

“A maioria ainda acha necessária mais uma alta nos juros esse ano, entretanto há um número considerável de membros que acredita que a taxa de juros já está em patamar alto o suficiente para garantir a convergência da inflação”, disse.

Em Nova York, o sinal negativo prevaleceu. O S&P 500 recuou 0,94%, enquanto o Nasdaq cedeu 1,53% e o Dow Jones fechou em baixa de 0,22%.

Conforme o assessor da Blue3 Investimentos Rafael Gamba, apesar do tom cauteloso em Wall Street após as indicações do Fed, a bolsa paulista manteve os ganhos, mirando um esperado corte da Selic pelo BC no Brasil ainda nesta quarta-feira.

A previsão consensual no mercado é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic a 12,75%, dos atuais 13,25 ao ano, no segundo corte consecutivo de 0,50 ponto percentual após o BC afrouxar sua política monetária no início do mês passado pela primeira vez em três anos.

As atenções estarão voltadas ao comunicado que acompanha a decisão, principalmente sinais sobre o rumo da Selic, com alguns economistas não descartando uma aceleração no ritmo de cortes.

Destaques

Azul (AZUL4) disparou 11,68%, a 15,11 reais, em dia de recuperação no setor de viagens na bolsa. O Goldman Sachs elevou a recomendação dos papéis da Azul a “compra”, afirmando enxergar “uma assimetria positiva entre a expansão do Ebitda (prevista) em 2024 juntamente com um valuation pouco exigente”. O preço-alvo passou de 24,30 para 29,90 reais.

No caso de Gol, a recomendação “neutra” foi mantida, mas o preço-alvo caiu de 11,50 para 7,60 reais.

Ainda assim, GOL (GOLL4) saltou 6,09%, a 6,79 reais, CVC BRASIL ON fechou com elevação de 7,62%, a 2,4 reais.

Até a véspera, esses papéis acumulavam em setembro quedas respectivas de 6,6%, 9% e 10,08%.

Suzano (SUZB3) avançou 4%, a 54,89 reais, após anúncio de que elevará preços de celulose em todos os seus mercados partir de outubro.

Para a Ásia, incluindo China, o aumento é de 30 dólares por tonelada e para Europa e Estados Unidos de 50 dólares por tonelada.

Klabin (KLBN11) subiu 3,48%, a 24,06 reais.

Braskem (BRKM5) caiu 4,12%, a 22,13 reais, tendo no radar relatório do BTG Pactual cortando a recomendação dos papéis a “neutra”, destacando que o crescimento da demanda está ligeiramente abaixo das suas expectativas, mas que a expansão da oferta mais do que compensou essa situação e o mercado agora está com excesso de oferta.

Os analistas também citaram que os spreads da Braskem não se recuperaram e o segundo semestre pode ser ainda mais fraco do que a primeira metade do ano.

Vale (VALE3) subiu 0,67%, a 69,31 reais, favorecida pelo movimento dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia.

O vencimento mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, encerrou as negociações do dia com alta de 0,5%, a 873,50 iuans (119,69 dólares) por tonelada. Em Cingapura, o contrato de referência subiu 1,4%.

Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou-se 1,69%, a 27,62 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) encerrou com acréscimo de 0,41%, a 14,81 reais.

No setor financeiro, B3 (B3SA3) avançou 1,63%, a 13,13 reais, também ajudando.

Petrobras (PETR4) fechou em alta de apenas 0,23%, a 34,29 reais, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em baixa de 0,86%.

GPA (PCAR3) ON recuou 5,93%, a 3,81 reais, em sessão mista para o setor de varejo alimentar no Ibovespa, com Assaí (ASAI3) subindo 0,66%, e Carrefour Brasil (CRFB3) perdendo 1,71%.

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