O Ibovespa (IBOV)fechou em alta nesta segunda-feira, acelerando os ganhos na parte da tarde puxado principalmente pelas ações de bancos, enquanto Natura&Co também ocupou os holofotes após anunciar que avalia “alternativas estratégicas” para a rede de lojas The Body Shop (TBS), incluindo potencial venda.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,11%, a 117.120,98 pontos. O volume financeiro somou 17,6 bilhões de reais.
Wall Street corroborou a trajetória mais positiva na bolsa paulista, com o S&P 500 avançando 0,63% no primeiro pregão de uma semana que reserva uma bateria de dados econômicos relevantes nos Estados Unidos, incluindo dados de preços ao consumidor e o relatório do mercado de trabalho.
Notícias da China também repercutiram bem, com o governo do país reduzindo pela metade um imposto sobre as negociações de ações a partir desta segunda-feira, na mais recente tentativa de “revigorar o mercado de capitais e aumentar a confiança dos investidores”.
No cenário doméstico, a pauta fiscal também continuou sob os holofotes, conforme se aproxima o prazo para o governo enviar a proposta orçamentária ao Congresso, no próximo dia 31, particularmente medidas de aumento de arrecadação para cumprir a sua meta de déficit zero.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda medida provisória que prevê cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos exclusivos dos chamados “super-ricos” e também enviou ao Congresso projeto de lei que tributa o capital de residentes brasileiros aplicado em paraísos fiscais.
Destaques
Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 3,39%, a 27,77 reais, e Bradesco (BBDC4) fechou em alta de 3,24%, a 15,31 reais, mesmo após dados mostrando nova desaceleração no saldo das operações de crédito no país no mês passado.
Operadores chamaram a atenção para reportagem do jornal O Estado de S.Paulo de que o Ministério da Fazenda avalia mudar a forma de tributação do mecanismo de juros sobre capital próprio (JCP) em vez de acabar, de fato, com esse instrumento. Bancos são citados entre os mais prejudicados com um eventual fim desse benefício fiscal.
Vale (VALE3) subiu 1,43%, a 62,96 reais, reforçando o desempenho do Ibovespa, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na Ásia, com o vencimento mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian, na China, encerrando as negociações do dia com queda de 1%, a 811 iuanes (111,27 dólares) por tonelada. A ação vinha de duas quedas seguidas.
Petrobras (PETR4) subiu 1,13%, a 32,33 reais, em dia de variações modestas dos preços do petróleo no mercado externo, com barril de Brent terminando o dia negociado a 84,42 dólares (-0,07%). Petrobras (PETR3) fechou com acréscimo de 1,03%, a 35,4 reais
Natura&CO (NATU3) avançou 2,23%, a 15,62 reais, após a fabricante de cosméticos anunciar que avalia “alternativas estratégicas” para a rede de lojas The Body Shop (TBS), incluindo uma potencial venda. Na máxima do pregão, o papel chegou a avançar mais de 6%. Há menos de seis meses, a empresa vendeu a marca Aesop.
Petz (PETZ3) fechou em baixa de 0,19%, a 5,39 reais, zerando as altas do pregão, quando chegou a disparar mais de 7%, tendo como pano de fundo notícia do Valor Econômico de que a empresa de artigos para animais de estimação e a rival Cobasi voltaram a engajar bancos de investimentos para negociar uma possível fusão. Em fato relevante antes da abertura dos negócios, a Petz disse que avalia oportunidades, mas não tem acordo sobre eventual fusão com Cobasi.
Minerva (BEEF3) fechou em alta de 4,21%, a 10,9 reais, reagindo após recuar 6,6% no acumulado dos últimos três pregões. No setor,
Marfrig (MRFG3) avançou 3,54%.
GPA (PCAR3) recuou 6,78%, a 5,5 reais, conforme o papel segue sofrendo com os ajustes relacionados à cisão de participação do grupo de varejo alimentar no colombiano Éxito, por meio de uma redução de capital. No final da semana passada, o BTG Pactual também rebaixou a recomendação das ações para “neutra”.
VIA (VIIA3) fechou em baixa de 6,45%, a 1,45 real, após chegar a 1,43 real, mínima intradia desde 2016, marcando o quinto pregão consecutivo de queda da varejista. No setor, Magazine Luiza (MGLU3) terminou o dia com declínio de 0,34%.
Marcopolo (POMO4), que não está no Ibovespa, saltou 6,05%, a 6,31 reais, renovando máximas históricas, em meio a expectativas relacionadas ao programa Caminho da Escola, após o governo federal publicar edital para a aquisição de 16.300 ônibus, em leilão previsto para ocorrer em 12 de setembro.
De acordo com analistas do Bradesco BBI, o número surpreendeu para cima e, se a fabricante de ônibus Marcopolo mantiver sua participação de mercado histórica, essa surpresa para cima pode gerar 1,5 bilhão de reais em receitas adicionais em relação às estimativas anteriores.