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Ibovespa fecha em queda seguindo NY e sob expectativa por decisões de juros

O volume financeiro somava 18,9 bilhões de reais

by Reuters
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O Ibovespa (IBOV) fechou no vermelho nesta terça-feira, sob influência negativa de Wall Street e pressionado por avanço dos juros futuros de vencimentos mais longos localmente, em meio à expectativa de investidores pelas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos a serem divulgadas na quarta-feira.

Bancos pesaram negativamente no Ibovespa, enquanto Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3) exerceram a maior influência positiva ao índice.

O Ibovespa fechou em queda de 0,37%, a 117.845,78 pontos, em seu terceiro recuo seguido. O volume financeiro somou 21,6 bilhões de reais.

O analista da Terra Investimentos Luis Novaes disse que o cenário externo pesou sob os ativos locais na sessão, “especialmente pela expectativa com relação à comunicação do Fed após a decisão, considerando que a manutenção é consensual”.

O Federal Reserve anuncia decisão na quarta-feira e a expectativa majoritária é de que os juros permaneçam na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano.

O desfecho da reunião virá acompanhado de projeções econômicas e seguido por entrevista coletiva do chair do banco central norte-americano, Jerome Powell.

Também são aguardadas nesta semana as decisões dos BCs da Inglaterra e do Japão.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,22%, com investidores mostrando maior cautela antes da decisão do Fed.

No Brasil, o Banco Central anuncia a decisão sobre a Selic também na quarta-feira, com as previsões apontando corte de 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano. A atenção estará no comunicado e indicações sobre os movimentos seguintes.

O economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, disse que outra influência para o Ibovespa na sessão foi o avanço dos juros futuros locais. Esse movimento, em geral, afeta principalmente as empresas com negócios mais ligados à economia brasileira.

“A alta dos juros no exterior, puxou o câmbio e as taxas de juros aqui”, afirmou ele.

No Brasil, o BC divulgou seu índice de atividade econômica (IBC-Br) mostrando alta de 0,44% em julho ante o mês anterior, um pouco acima das expectativas do mercado. Mas o dado anterior, de junho, foi revisado para baixo — de +0,63% para +0,22%.

Destaques

GPA (PCAR3) recuou 6,9%, a 4,05 reais, renovando mínimas desde o começo de maio, em movimento que vem sendo determinado particularmente pela segregação de participação no colombiano Éxito.

O Bank of America cortou o preço-alvo dos papéis de 15 reais para 3,50 reais na esteira da cisão, enquanto reiterou recomendação “underperform”.

Totvs (TOTS3) caiu 4,91%, a 26,9 reais, tendo atingido no pior momento uma mínima intradia desde maio, a 26,81 reais. No final da segunda-feira, analistas do Citi enviaram nota a clientes na qual comentaram sobre dados de agosto do fundo de crédito a fornecedores da empresa, vendo melhora sequencial, mas destacando que o ambiente de oferta de crédito segue difícil.

Lojas Renner (LREN3) fechou em baixa de 5,38%, a 14,6 real, com vários papéis mais sensíveis à economia doméstica na coluna negativa diante da alta das taxas futuras de juros. O índice do setor de consumo e o do setor imobiliário cederam 0,89% e 0,86%, respectivamente.

Marfrig (MRFG3) avançou 4,07%, a 7,42 reais, tendo no radar anúncio pela companhia de que atingiu participação de 35,77% do total de ações da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.

BRF (BRFS3) terminou o dia com elevação de 1,28%.

Casas Bahia (BHIA3) subiu 2,74%, a 0,75 real, experimentando uma trégua na sequência de quedas recentes, que fez a ação testar mínimas históricas, chegando a 0,68 real no pior momento na segunda-feira.

A BB Investimentos rebaixou a recomendação das ações para “neutra” e reduziu o preço-alvo de 2,30 reais para 1,40 real.

Copel (CPLE6) valorizou-se 1,35%, a 9 reais, apoiada por relatório do Morgan Stanley elevando a recomendação dos papéis para “overweight” e o preço-alvo de 9 reais para 12 reais.

O banco também retomou a cobertura de Eletrobras com recomendação “overweight”. ELETROBRAS ON perdeu 0,48%.

Tim (TIMS3) fechou em alta de 0,99%, a 15,31 reais, após anunciar na véspera que pagará 425 milhões de reais em juros sobre capital próprio.

No setor, Telefônica Brasil (VIVT3) valorizou-se 0,75%, após afirmar que as reduções de capital no montante de até 5 bilhões de reais autorizadas pela Anatel ocorrerão com restituição de recursos aos acionistas.

Petrobras (PETR4) avançou 0,23%, a 34,21 reais, enquanto os preços do petróleo Brent no exterior caíram 0,1%.

Vale (VALE3) terminou com variação positiva de 0,19%, a 68,85 reais, conforme os futuros do minério de ferro recuaram na China, com o vencimento mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrando o dia em baixa de 0,69%, a 862,5 iuans (118,19 dólares) a tonelada.

Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 0,44%, a 27,16 reais, e Bradesco (BBDC4) perdeu 1,14%, a 14,75 reais.

O destaque negativo entre os bancos do Ibovespa foi BTG Pactual (BPAC11), com queda de 2,64%.

Ainda no setor financeiro, B3 (B3SA3) caiu 1,22%.

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