O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta segunda-feira, renovando máxima histórica, a caminho de encerrar 2023 com o melhor desempenho anual desde 2019, encontrando apoio na sessão principalmente nas ações da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3), enquanto Casas Bahia (BHIA3) capitaneou as perdas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,68%, a 131.083,82 pontos, superando o recorde anterior de fechamento registrado na semana passada.
Na máxima do dia, chegou a 131.447,26 pontos. Na mínima, a 130.198,41 pontos. No ano, o Ibovespa avança cerca de 19,5%.
O volume financeiro somou 22,6 bilhões de reais.
Wall Street corroborou o viés positivo no pregão brasileiro, com o S&P 500 terminando com elevação de 0,45%, enquanto agentes financeiros aguardam novos dados sobre o comportamento dos preços ao consumidor e seguem calibrando apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Na visão do gestor Tiago Cunha, sócio da Ace Capital, em uma sessão com baixa liquidez, o mercado brasileiro parece seguir no ritmo do rally de final de ano promovido pelo discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizou na semana passada o fim do aumento de juros nos Estados Unidos.
“Isso fez com que o mercado passasse automaticamente a projetar o início do ciclo de cortes nos EUA”, afirmou, acrescentando que, no Brasil, isso chancelou perspectivas de um ciclo de cortes mais longo da Selic, com o mercado passando a precificar uma taxa abaixo de 10%.
“Com esse cenário mais benigno para os juros, a bolsa paulista seguiu nesta sessão a tendência observada na semana passada, quando continuou se beneficiando do fluxo de investidores estrangeiros”, avaliou o gestor, chamando atenção ainda para o efeito benigno da aprovação da reforma tributária.
A B3 também divulgou nesta segunda-feira a segunda prévia da carteira téorica do Ibovespa para os primeiros quatro meses de 2024, mantendo a entrada de ISA Cteep e trazendo de volta Casas Bahia, que ficara de fora da primeira preliminar, divulgada no começo do mês.
Destaques
Petrobras (PETR4) avançou 1,24%, a 35,84 reais, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, após ataques de Houthis a navios no Mar Vermelho adicionarem preocupações sobre interrupções no fornecimento, enquanto a Rússia planeja reduzir exportações em dezembro.
O contrato Brent subiu 1,83%, a 77,95 dólares o barril.
Vale (VALE3) subiu 0,47%, a 74,21 reais, mesmo com a queda dos contratos futuros do minério de ferro, com alguns investidores desfazendo posições compradas em meio à persistência de dados fracos e ao enfraquecimento das esperanças de mais estímulos na China.
O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia em queda de 1,59%.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,49%, a 32,89 reais, Bradesco (BBDC4) subiu 0,75%, a 17,55 reais.
Em conversas com jornalistas nesta sexta-feira, executivos do Bradesco afirmaram estar com uma visão positiva para o crescimento do país em 2024, quando também enxergam uma janela para IPOs.
Alpargatas (ALPA4) fechou com elevação de 6,36%, a 9,53 reais, após dois pregões seguidos de queda. Na semana passada, a dona da marca Havaianas anunciou novo CEO, que atuará na continuidade do processo de transformação da companhia.
Ele assumirá o cargo em 1º de fevereiro. Apesar da recuperação recente, as ações contabilizam uma perda de quase 37% em 2023.
Braskem (BRKM5) avançou 4,37%, a 18,17 reais, na segunda alta seguida, em meio a ajustes. No mês, contudo, o papel acumula queda de mais de 7%.
Além dos problemas envolvendo as minas de sal da companhia em Maceió, agentes financeiros também seguem acompanhando o noticiário envolvendo as negociações para a venda da participação da Novonor na empresa à Adnoc, dos Emirados Árabes Unidos.
Sabesp (SBSP3) valorizou-se 1,46%, a 72,21 reais, após anunciar que seu conselho de administração aprovou plano de investimento de 47,4 bilhões de reais entre 2024 e 2028 e que o pacote de desembolsos contempla o projeto de recuperação do rio Tietê, chamado de Integra Tietê.
Klabin (KLBN11) caiu 2,32%, a 21,06 reais, tendo no radar relatório do Goldman Sachs, no qual analistas cortaram a recomendação dos papéis para “venda”, com preço-alvo de 18 reais, de 23 reais anteriormente.
Eles veem o fluxo de caixa da companhia pressionado no período 2024-2026, devido ao crescimento limitado dos lucros em um ambiente de investimentos agressivo e alavancagem elevada.
Casas Bahia (BHIA3) afundou 8,33%, a 10,24 reais, engatando a terceira queda seguida. Após o fechamento, a varejista disse que assembleia especial de titulares de CRIs lastreados em determinadas debêntures da companhia aprovou a não declaração de vencimento antecipado dos ativos.
Na última sexta-feira, os papéis foram agrupados na proporção de 25 para 1. No setor, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,36%, a 2,18 reais,
Americanas (AMER3), que não faz parte do Ibovespa, avançou 5,56%, a 0,95 real. A varejista divulgou nesta segunda-feira que conseguiu apoio de detentores de volume de dívida da companhia suficientes para aprovar seu plano de recuperação judicial na terça-feira.
Dados divulgados pela companhia na sexta-feira também mostraram que sua base de clientes encolheu em mais e 7 milhões em um ano.