O Ibovespa (IBOV) fechou em baixa nesta quarta-feira, após superar 127 mil pontos pela primeira vez desde 2021, em meio a movimentos de realização de lucros, mas ainda caminha para o melhor desempenho mensal em três anos, apoiado na expectativa de que o Federal Reserve encerrou o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,29%, a 126.165,64 pontos. Na máxima do dia, chegou a 127.388,15 pontos, maior patamar intradia desde 16 de julho de 2021.
Na mínima, atingiu 126.017,97 pontos. O volume financeiro somou 22,3 bilhões de reais.
Com tal desempenho, o Ibovespa caminha para a melhor performance mensal em três anos, com o ganho acumulado até o momento alcançando 11,5%.
Tal movimento tem sido apoiado principalmente pelo retorno do capital externo para a bolsa, com o saldo no mês positivo em 17,4 bilhões de reais até o dia 27.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou nesta sessão com decréscimo de 0,09%, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,2629% no final da tarde, ante 4,336% na véspera cada vez mais distante da máxima do ano, quando chegou a 5%.
Na agenda do dia, dados forneceram sinais encorajadores sobre a economia dos EUA, com o PIB crescendo a uma taxa anualizada de 5,2% no terceiro trimestre, enquanto a inflação estava tendendo para baixo, o que ofuscou a contratição em declarações de autoridades do Fed.
De acordo com o analista Luis Novaes, da Terra Investimento, dada a reação dos Treasuries, prevaleceu a visão de que a economia dos EUA segue forte e o pouso suave deve ser alcançado após o aperto monetário, e não o entendimento de que o Fed pode voltar a subir os juros ou mantê-los altos por mais tempo.
“Desta forma, o mercado segue inclinado ao risco, favorecendo os ativos emergentes”, acrescentou, ponderando que, eventualmente, haverá correções, como ocorreu nesta sessão.
Destaques
Petrobras (PETR4) recuou 1,04%, a 35,23 reais, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent subindo 1,7%, a 83,10 dólares o barril. Em novembro, a ação ainda acumula um ganho de mais de 5%
RD (RADL3) caiu 4,19%, a 28,33 reais, experimentando ajustes após duas altas seguidas, em que acumulou ganho de 4,4%. Em novembro, ainda contabiliza uma valorização de 9,8%.
MRV (MRVE3) perdeu 4,64%, a 9,66 reais, devolvendo boa parte da alta da véspera, quando fechou com acréscimo de 5,4%. O índice do setor imobiliário da B3 (B3SA3) cedeu 0,78%.
GOL (GOLL4) cedeu 5,16%, a 9,01 reais, tendo no radar relatório de analistas do Citi cortando a recomendação da ação para “venda/alto risco”, avaliando que a parte operacional da empresa está boa, mas a estrutura de capital não.
Lojas Renner (LREN3) avançou 4,14%, a 16,09 reais, renovando máxima desde meados de setembro. O papel, contudo, ainda acumula queda de cerca de 19% em 2023.
Braskem (BRKM5) valorizou-se 2,25%, a 20,45 reais, endossada por relatório de analistas do UBS BB elevando a recomendação da ação para “neutra” ante “venda”, bem como o preço-alvo de 20 para 22 reais. Investidores também continuam na expectativa sobre o destino da participação de controle da Novonor na petroquímica.
Vibra (VBBR3) subiu 3,48%, a 22,62 reais, após considerar “injustificável” relação de troca em proposta da Eneva para a fusão entre ambas, mas manter a porta aberta para negociações caso a elétrica tenha intenção de “melhorar significativamente” os termos apresentados.
Eneva (ENEV3) fechou estável, a 12,35 reais.
Itaú Unibanco (ITUB4) encerrou em alta de 0,68%, a 31,11 reais, com o setor tendo como pano de fundo mudanças no cálculo do requerimento de capital para o risco operacional, que alguns analistas avaliam que devem abrir espaço para um aumento na remuneração a acionistas.
Vale (VALE3) cedeu 0,03%, a 73,45 reais, em dia de desempenho misto dos futuros do minério de ferro na Ásia.
O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, caiu 0,5%, enquanto o vencimento de referência da Bolsa de Cingapura subiu 0,8%.